Benfica tenta tirar partido de um Barcelona órfão de Messi

Os “encarnados” defrontam o “Barça” nesta quarta-feira, em jogo da Liga dos Campeões.

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Jorge Jesus Reuters/VALENTYN OGIRENKO

Jorge Jesus passou na terça-feira boa parte da conferência de imprensa de lançamento do jogo desta quarta-feira à noite (20h, Eleven1), entre o Benfica e o Barcelona, a contar para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, a insistir na ideia de que o emblema catalão continua a ser tão perigoso como quando tinha Messi no seu plantel. Foi a forma encontrada pelo técnico benfiquista de sublinhar a qualidade do seu opositor. Dessa forma, não só valoriza um possível triunfo das “águias” como atenua as consequências de um eventual fracasso.

Exímio a apresentar argumentos que conduzam quem o ouve às conclusões que ele quer, Jorge Jesus fez na terça-feira questão de sublinhar que o Barcelona é mais do que Messi. Na opinião do treinador português, a saída do futebolista para o PSG, no início desta temporada, não retirou poder e qualidade aos “culés”.

Assim, o Barcelona continua a ser “uma das equipas mais fortes da Europa”, começou por afirmar Jesus, para logo depois insistir que só se fala de uma quebra de rendimento do adversário “porque hoje não tem Messi”.

“O Barcelona este ano só perdeu um jogo, para o Bayern Munique, mais nada”, declarou Jesus para logo a seguir acrescentar: “Se é por isso que não está tão forte, porque perdeu Messi… Não deixa de ser uma equipa muito forte e com ambição de ganhar esta Champions. Não vejo que o Barcelona passe do 8 para o 80 por não ter Messi. Só perdeu um jogo e quando tinha Messi também perdeu com o Bayern Munique por 8-2”, recordou.

E se é verdade o que Jorge Jesus diz sobre o número de derrotas dos catalães esta época, também é verdade que a equipa orientada por Ronald Koeman venceu apenas um jogo nos últimos quatro que disputou ­– no domingo, em casa frente ao Levante, por 3-0, tendo registado antes a tal derrota e ainda dois empates.

Numa análise mais táctica à equipa catalã, Jorge Jesus referiu que o “Barça” é um adversário ao qual não se pode dar espaço entre linhas, porque “morres com facilidade”, que tem “um corredor central muito forte” e que esses são os aspectos a anular nos catalães.

Sobre o “onze” que vai apresentar frente aos catalães, Jesus admitiu “indecisões”, embora tenha assumido que Diogo Gonçalves não recuperou de uma lesão e é uma “carta fora do baralho”.

No lado catalão, Ronald Koeman tem todo o plantel à disposição. Pedri González está recuperado de uma lesão, enquanto Sergi Roberto, que tinha falhado a partida com o Levante por causa de uma gastroenterite, também foi convocado pelo treinador neerlandês que, na temporada de 2005/06 orientou o Benfica.

Deixando muitos elogios aos “encarnados” - “o Benfica é um clube enorme, sei por experiência própria como são grandes”, - afirmou Koeman, o treinador dos catalães tem no jovem Ansu Fati um dos principais temas de debate na sua equipa.

Fati saltou do banco na última partida do “Barça”, ainda a tempo de marcar o terceiro golo dos catalães no encontro. Foi o regresso aos relvados do talentoso jogador depois de uma paragem de 10 meses devido a uma lesão num joelho que o obrigou a quatro operações.

Fati, que herdou a camisola 10 de Messi no clube catalão, é apontado como o futebolista que pode fazer esquecer a saída do argentino, mas Koeman está a tentar gerir com pinças o regresso do jovem jogador de apenas 18 anos.

“O que posso dizer é que ele esteve longe dos relvados durante dez meses, treinou duas semanas com a equipa e jogou 15 minutos”, afirmou nesta terça-feira Koeman antes de acrescentar: “Não sei quantos minutos lhe vou dar. Depende da forma como ele se sentir.”

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