Empresas do turismo vão poder receber até 15 mil euros do Estado para investir

Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou que apoio a fundo perdido vai chegar ao terreno “nos próximos dias”.

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“A retoma ainda é escassa, mas é certa”, destacou o ministro Rui Pedro Soares

As empresas ligadas ao turismo e que queiram adequar a sua oferta vão poder contar com um “incentivo financeiro a fundo perdido aos investimentos a realizar”, que pode ir “até aos 15 mil euros”, segundo afirmou esta segunda-feira o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Este apoio, intitulado de “Adaptar Turismo”, vai ser lançado “nos próximos dias”, segundo adiantou o ministro no discurso de sessão de abertura da conferência do dia mundial do turismo organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP). “A retoma ainda é escassa, mas é certa”, destacou, sublinhando a importância do sector para o país e o facto de a melhoria da actividade surgir quando se está a entrar na época baixa, o que faz com que seja necessário manter os apoios ao sector. Ao todo, afirmou Siza Vieira, as ajudas ao sector já somam 3300 milhões de euros, mas, defendeu o ministro, esse valor “não é despesa, é investimento, e dos que mais retorno vai representar a Portugal”.

Em breve, disse, haverá também uma nova linha de crédito de apoio à tesouraria, e nas próximas semanas “os bancos e empresas dos sectores mais afectados”, onde se destaca o turismo, “terão de acordar as novas condições dos financiamentos” ligados a moratórias, com o apoio do Estado. Neste caso, trata-se do Retomar, cujas regras foram publicadas na passada sexta-feira. De acordo com o Banco de Portugal, o alojamento e restauração tinham 4137 milhões de euros em moratórias no final de Agosto, destacando-se como o segundo maior após a construção.

De acordo com o plano do Governo para o sector, o turismo poderá contar com cerca de três mil milhões de euros para medidas de capitalização para as empresas, linhas de crédito com garantia pública e auxílio para gerir a questão das moratórias, mas ainda se desconhece o valor para cada uma destas vertentes.

Beatriz Freitas, presidente do Banco Português de Fomento, recordou que o valor do apoio do Estado ligado às moratórias e aos sectores mais afectados pela pandemia é de mil milhões de euros em garantias. A responsável pela instituição financeira pública clarificação ainda que o primeiro programa de capitalização deverá chegar ao terreno em Novembro, e que esta tipologia estará mais orientada as médias empresas, enquanto para as micro e pequenas a estratégia será mais a de avançar com instrumentos de quase capital.

Esta segunda-feira, o ministro adiantou também que no início do próximo ano vai ser assegurado apoio às empresas dos sectores mais afectados pela pandemia “que pretendam assegurar uma redução do seu endividamento ao abrigo das linhas covid”. “O programa Reforçar estará em funcionamento no início do próximo ano, imediatamente antes de terminar períodos de carência de capital das linhas covid destes sectores”, explicou.

Antes, António Brochado Correia, da consultora PwC, tinha afirmado que o mercado europeu deve regressar ao nível de 2019 dentro de três anos. Para este ano, no caso de Portugal, o Governo tem mantido a previsão de uma subida de 20% nas exportações de turismo, chegando aos 9300 milhões (metade do valor de 2019).

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