Ricardo Melo Gouveia sobe ao top-10 no Open de Portugal

Fez o melhor resultado de sábado em Royal Óbidos juntamente com o novo líder Kristian Johannessen

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Ricardo Melo Gouveia em busca do seu terceiro título da época no Challenge Tour © Ramiro de Jesus

Ricardo Melo Gouveia abriu o livro e provou por que tinha apresentado a sua candidatura ao título ainda antes do início do 59.º Open de Portugal at Royal Óbidos. A segunda volta de sexta-feira do campeão nacional absoluto de 2020 foi o quinto melhor resultado do dia, em 66 pancadas, 6 abaixo do Par do campo desenhado por Seve Ballesteros, atirando-o para o 10.º lugar com um total de 138 (-6). 

Pedro Figueiredo e Miguel Gaspar também passaram o cut, respetivamente nas 36.ª e 46.ª posições, sendo estes três jogadores os únicos portugueses a qualificarem-se para os dois últimos dias de prova, de um total de 15 inscritos. 

“Figgy” igualou o Par-72 do campo e manteve as mesmas 2 pancadas abaixo do Par (agora com um agregado de 142) com que já vinha da primeira volta, enquanto Gaspar completou a segunda ronda em 73 (+1), passando o cut mesmo “à queima” com o total de 143 (-1). 

Um dos grandes candidatos a seguir em frente nem sequer chegou a entrar em campo. Vítor Lopes, o melhor português no ano passado, quando foi 7.º classificado depois de ter liderado a prova, viu-se forçado a desistir. “O Vítor Lopes retirou-se da competição porque está com uma amigdalite e com 39 graus de febre”, especificou o diretor técnico nacional da FPG, João Coutinho. 

O 59.º Open de Portugal at Royal Óbidos tem um novo comandante, o norueguês Kristian Krogh Johannessen, que igualou a volta de 66 (-6) de Melo Gouveia e ascendeu da 4.ª à 1.ª posição, somando 133 (-11). É perseguido por apenas 1 pancada a mais pelo alemão Marcel Schneider (68+66). 

Kristian Krogh Johannessen, de 26 anos, persegue o seu primeiro título no Challenge Tour, mas este ano já somou cinco top-10, enquanto Marcel Schneider é um dos 13 jogadores que vieram a Portugal já com um título conquistado em 2021, no seu caso, na República Checa em julho, tendo-se sagrado vice-campeão na semana passada no Open da Provença, em França. 

Johannessen, Schneider e Melo Gouveia têm muito em comum. Não só apresentam-se como sérios candidatos ao título, não só assinaram hoje cartões de 66 (-6), mas também – e sobretudo – não sofreram qualquer bogey nesta segunda jornada. E no Royal Óbidos Spa & Golf Resort é fundamental evitarem-se os erros. 

“Já caíram mais alguns putts e foi a diferença da volta de hoje. Cometi muito poucos erros. Quando aconteceram, consegui fazer shot e putt e nunca estive em grande risco de fazer bogeys. Continuo com a confiança alta e sinto que tenho boas hipóteses de estar a lutar pelo título no nomingo», disse Ricardo Melo Gouveia, de 30 anos. O jogador da Quinta do Lago passou o cut pelo segundo ano seguido. 

Os outros dois portugueses que seguiram em frente têm igualmente razões para celebrar, mesmo que tenham ficado aquém do que desejavam neste segundo dia. «O Par do campo não é um bom nem um mau resultado. Senti que joguei mais do que isso. Não estive bem nos greens. Fiz um green a três putts e falhei várias oportunidades para birdie», lamentou-se Pedro Figueiredo, de 30 anos. 

«Infelizmente, tive um mau shot no buraco 15, se calhar por excesso de confiança. Fui à água, fiz um duplo-bogey e passei de uma situação em que a minha cabeça estava para cima para, de repente, ver-me na luta pelo cut», recriminou-se Miguel Gaspar, de 29 anos. 

É certo que Pedro Figueiredo queria mais, depois da volta positiva de ontem de -2. “Em dois dias tenho seis birdies, o que não é muito, embora esteja a jogar de forma consistente», admitiu o profissional da Vanguard. Mas o campeão nacional de 2013 alcançou hoje um feito histórico. Afinal, ao passar o cut pela sexta vez no Open de Portugal, igualou o recorde nacional de Daniel Silva e Filipe Lima. 

Miguel Gaspar também viu-se a dada altura com um agregado de 5 pancadas abaixo do Par e parte amanhã para a penúltima volta com -1. Perdeu 4 pancadas nos últimos cinco buracos. 

«Joguei super bem nos primeiros 13 buracos, joguei mesmo muito bom golfe e ia com 3 abaixo do Par, cheguei a andar com -5 (no agregado) e sinceramente nem estava a pensar (apenas) em passar o cut e quando vi que com -6 estava-se no 10.º lugar pensei que se calhar conseguiria acabar o dia no top-10. (…) Fui para o buraco 18 numa situação (de aflição) que era desnecessária», declarou. 

Contudo, o profissional do Belas Clube de Campo também pode festejar a primeira vez que passa o cut em torneios portugueses do European Tour ou do Challenge Tour. Tinha jogado por quatro vezes no Portugal Masters e outras tantas no Open de Portugal e falhara sempre o cut. À nona foi de vez. 

“É o nosso Open. Se eu pudesse escolher um torneio do Challenge Tour para ganhar seria logo o Open de Portugal. Tem o nosso público, nos nossos campos, com tudo o que há de bom em Portugal. É óbvio que (passar o cut) tem um sabor especial. Infelizmente não estou já em posição de lutar pelos lugares cimeiros, mas passando o cut, uma boa volta no sábado colocar-me-á numa boa posição», reiterou. 

A prova da Federação Portuguesa de Golfe prossegue este sábado e termina no domingo. Dos 132 jogadores, 64 bateram o Par do campo aos 36 buracos e foram esses a passar o cut.

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