Ségoléne Royale abre cimeira de Cascais sobre futuro da política

Entre 30 de Setembro e 1 de Outubro debate-se em Cascais o futuro da política. Da cimeira sairá uma espécie de guião vivo de boas práticas, contra fake news, a ser divulgado no próximo ano.

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ENRIC VIVES-RUBIO

Ségoléne Royale, ex-ministra da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia de França, no governo presidido por Manuel Valls, entre 2014 e 2017, abre a cimeira de Cascais sobre o futuro da política, que decorre entre 30 de Setembro e 1 de Outubro.

A presença de Royale, candidata do Partido Socialista Francês à presidência da República em 2007, onde foi derrotada por Nicolas Sarkozy, depois de um ano antes ter ganho as directas internas, e perdido a corrida à direcção do partido em 2008 contra Martine Aubry, é a novidade de última hora.

Ségoléne Royale vai participar no painel da crise climática, um dos dez temas que vai ser abordado. Os outros painéis incidem sobre os mais variados temas, da sustentabilidade ao futuro do trabalho e à automatização, passando pela ética e transparência, o futuro do Estado Nação e os fake media e as novas comunicações. Também são abordadas a imigração e a xenofobia, as mudanças demográficas e o consumo excessivo de água.

O objectivo não podia ser mais ambicioso. Discutir o futuro da política, juntando experientes líderes, novos turcos do mundo político, com experiências diferentes e horizontes distintos. Esta é uma triangulação da Advance Leadership Foudation (ALF nas siglas em inglês), do POLITICO e da Câmara de Cascais.

Também confirmados, estão a secretária-geral da secretaria-geral Ibero-Americana e antiga Vice-Presidente da Costa Rica, Rebeca Grynspan Mayufis, a rival de António Guterres para secretária-geral das Nações Unidas e ex-Presidente do Equador, Rosalia Arteaga Serrano, e o prémio Nobel da Economia, Michael Spence.

Federico Pinedo, antigo Presidente da Argentina, o perito em desenvolvimento sustentável do Banco Inter Americano de Desenvolvimento, o engenheiro colombiano Juan Pablo Bonilla, e a norte-americana Rahaf Harfoush, a arquitecta da campanha de Obama nas redes sociais, são outras das presenças já asseguradas.

O leque abre-se mais com Alexandra Cousteau, presidente da Cousteau 2050 e neta do capitão Cousteau, a guatemalteca Gloria Alvarez, que no Parlamento da juventude ibero-americana de Saragoça em 2014 fez as mais duras críticas aos populismos, e com Max Trejo, secretário-geral da Organização Internacional da Juventude Ibero-americana.

A lista, é completada com Sebastián Navarro, responsável das cidades capitais das Américas para o cumprimento dos Acordos de Paris no âmbito da COP 26 de Glasgow, e Marcos Peña, assessor de política de comunicação do antigo presidente argentino, Mauricio Macri.

São esperados 600 participantes, 300 dos quais jovens que serão seleccionados entre três mil candidatos de todo o país, a partir de organizações de juventude, redes sociais e outras formas de participação. A ALF, que organizou a conferência de Barak Obama, no Porto, em 2018, tem como objectivo concluir esta cimeira, com a assinatura de um documento de normas éticas no comportamento político. Será uma espécie de guião vivo de boas práticas, contra as fake news, a ser divulgado nos próximos 12 meses.

A parceria da ALF com o município de Cascais tem um horizonte de cinco anos e envolve, nesta primeira edição da cimeira, um financiamento de 300 mil euros da câmara local. Na estratégia e calendários municipais, esta iniciativa não vai substituir, contudo, as conferências do Estoril.

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