Francisco Rodrigues dos Santos diz “que se lixe o congresso” do CDS

Francisco Rodrigues dos Santos vai encerrar a campanha para as eleições autárquicas de domingo em Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), onde é candidato à Assembleia Municipal, mas antes participou numa arruada pela hora de almoço.

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O líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, diz não estar “minimamente preocupado" com a reunião do partido LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O presidente do CDS disse esta sexta-feira que não está “minimamente preocupado” com a próxima reunião magna do partido, na qual a liderança pode ser disputada, tendo dito mesmo “que se lixe o congresso”.

Num balanço da campanha, disse aos jornalistas que não esteve “concentrado em tácticas para congressos internos” e esteve “apenas focado em dar a cada terra de Portugal uma alternativa da direita dos valores certos que o país precisa”.

“Aqui eu tenho de ser taxativo, eu não estou minimamente preocupado com o congresso do CDS, digo-lhe mais, que se lixe o congresso do CDS”, respondeu.

Questionado sobre a sinceridade do abraço do eurodeputado Nuno Melo, que tem sido crítico da actual direcção e já disse que vai apresentar uma moção ao congresso, podendo disputar a liderança, Rodrigues dos Santos fugiu ao tema: “O abraço que eu gostava que fosse notícia nestas eleições autárquicas foi o abraço que dei a todos os portugueses”.

Insistindo no que tem dito quanto ao resultado no domingo, que “o CDS vai crescer nas próximas eleições autárquicas, vai ter mais autarcas eleitos do que teve em 2017”, o centrista considerou que “esse é o melhor sinal, a maior prova de vida” que o partido pode “dar ao país”.

“Trabalhei muito, eu e todo o partido, mobilizámo-nos em tantos concelhos em listas próprias, noutros coligados com o PSD, e almejamos atingir o objectivo porque nos empenhámos para o alcançar, que é crescer nestas eleições autárquicas, e eu estou preparado para, contabilizados os votos no domingo à noite, poder dizer ao país que o CDS está mais forte e maior”, indicou.

Se assim não for, disse que terá de “fazer a avaliação dos resultados eleitorais”, mas recusou outro cenário “que não seja o Partido Popular crescer e sair mais forte em urnas”.

Francisco Rodrigues dos Santos disse também que nestas eleições autárquicas esteve “altamente empenhado em oferecer alternativas da direita certa para Portugal em cada terra do país”.

Apontando que a campanha “demonstrou que o CDS - Partido Popular está em crescendo e com uma onda muito positiva pelo país”, disse não ter “dúvidas rigorosamente nenhumas de que nestas eleições autárquicas o Partido Popular vai crescer e vai dar um extraordinário sinal de vitalidade e de força política”.

Sobre a campanha, composta maioritariamente por arruadas, o líder do CDS-PP apontou que optou por um “clima de proximidade, estando nas ruas com os portugueses, dialogando olhos nos olhos com eles, dando corpo a este Partido Popular que representa todos, do litoral, do interior e das ilhas”, e referiu que fez “a campanha que quis fazer” e que fez “tudo para mobilizar o partido e o povo português”.

Afirmou também que na sua volta pelo país foi possível "comprovar que existe um país real muito diferente do país da propaganda do Governo socialista”, apontando que “António Costa vive no país das maravilhas, mas o problema é que os portugueses vivem no país de António Costa” e apontou a coesão territorial como um “grande desafio”.

“Era bom que os políticos do nosso país saíssem do gabinete e fossem conhecer o interior de Portugal, como eu aqui estou, em Oliveira do Hospital, e por muito sítios onde passei”, salientou.

O último dia de campanha do presidente do CDS começou na Pampilhosa da Serra, onde o CDS já não apresentava listas próprias desde as autárquicas de 1997. Ao lado do cabeça de lista à câmara municipal, João Pedro, o líder centrista ia distribuindo as habituais canetas, que desta vez complementou com porta-chaves azuis para usar nos carrinhos do supermercado. À frente da comitiva, uma carrinha com bandeiras e o hino do partido ia avisando a pouca população que estava nas ruas da aproximação da comitiva centrista.

Às pessoas que ia encontrando, Francisco Rodrigues dos Santos dizia que é “o único líder partidário que vem ao interior”. “Faz bem, bem-vindo”, respondeu uma mulher, que acrescentou: “alguém tem que vir”.

Dali, o democrata-cristão seguiu para Oliveira do Hospital, onde chegou pela hora de almoço. Nova arruada, desta vez com Francisco Rodrigues, o candidato da coligação PSD/CDS. “Vote nos Rodrigues"; “vamos mudar”, pediu às pessoas que encontrou no comércio local, e fez questão de ir à queijaria onde “costuma ir com o avô”, que o acompanhou na iniciativa, assim como o pai.

Aos jornalistas, o presidente do CDS disse que quer “transportar as preocupações dos oliveirenses junto do poder central para desenvolver esta terra”, tendo apelado “à maioria silenciosa”, os abstencionistas, para que votem na mudança.

Garantindo que marcará presença “em todas as reuniões” da Assembleia Municipal, caso seja eleito, indicou que “todas as senhas de presença que receber vão ser doadas por ano a uma instituição social” do concelho.

Sobre o facto de não ser eleitor em Oliveira do Hospital, mas em Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos disse que “adorava votar” ali porque “era sinal de que não tinha tido a necessidade de sair à procurar de emprego”, e apontou que se a coligação ganhar as eleições isso vai mudar.

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