Estabelecimentos na zona lisboeta de Santos vão encerrar três horas mais cedo

Objectivo da antecipação do horário de encerramento dos estabelecimentos é criar condições para apoiar o trabalho da PSP e assegurar que não há “ajuntamentos a partir das 2h”.

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Largo Vitorino Damásio, Lisboa Fábio Augusto/arquivo

Os empresários da zona de Santos, em Lisboa, vão encerrar os estabelecimentos às 23h, entre quinta-feira e domingo, de modo a controlar os ajuntamentos nocturnos, informou esta quarta-feira à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton. Os estabelecimentos encerrarão assim três horas mais cedo que o habitual.

Após ter-se reunido esta quarta-feira à noite com os empresários, para discutir a questão da segurança na área do Largo Vitorino Damásio e envolvente do Jardim de Santos, Luís Newton (PSD) explicou que o objectivo da antecipapção do horário de encerramento dos estabelecimentos é criar condições para apoiar o trabalho da PSP e assegurar que não há “ajuntamentos a partir das 2h”.

“A forma mais fácil de criar essas condições é assegurar o encerramento dos estabelecimentos a partir de uma hora anterior a esses ajuntamentos. [Os empresários] disponibilizaram-se a fazer um [teste] piloto, para experimentar esta intervenção que só faz sentido ocorrer se contar com o envolvimento da PSP e assim facilitar a sua acção, no âmbito da manutenção da ordem pública e para evitar ajuntamentos”, disse o autarca.

De acordo com Luís Newton, as autoridades deverão criar uma área delimitada a partir das 23h, porque, esclarece, “é uma hora que ainda não há grandes ajuntamentos” e “que facilita substancialmente a acção da polícia”.

“Nós já enviámos [a acta assinada por 14 entidades] para o Comando Metropolitano [de Lisboa], assim que terminou a reunião e obtivemos consenso e a assinatura de todos os empresários da zona”, informou, adiantando que a polícia vai ter mais “facilidade em controlar a gestão dos acessos e vedar a possibilidade de existirem ajuntamentos”.

À Lusa Luís Newton referiu que a autarquia vai disponibilizar uma equipa de fiscais para controlar o encerramento dos espaços na zona.

“Esta é, sobretudo, uma medida experimental para tentar perceber se uma solução desta natureza tem eficácia. A verdade é que continuamos a assistir diariamente a ajuntamentos, situações de conflito na via pública e que têm originado inclusivamente feridos”, alertou.

Destacando o “acto de sentido cívico” dos empresários, depois de terem sofrido com quebras na facturação no último ano e meio, Luís Newton sustentou que com as pessoas mais dispersas é “mais fácil manter a ordem pública”.

Segundo o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, tem havido na zona ajuntamentos de “três ou quatro” mil pessoas.

Nas últimas semanas, Lisboa tem registado situações de criminalidade violenta em contexto de diversão nocturna, nomeadamente no Bairro Alto, Cais do Sodré e Santos, com ocorrência de esfaqueamentos.

O levantamento gradual das restrições em função da vacinação contra a covid-19 arrancou a 1 de Agosto, com regras aplicáveis em todo o território continental, inclusive o limite de horário de encerramento até às 2h para a restauração.

Nestas medidas de alívio esteve a reabertura de bares e outros estabelecimentos de bebidas “sujeitos às regras da restauração”. Os bares que recusem funcionar com as regras da restauração e as discotecas permanecem encerrados até Outubro.

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