Queda da economia em 2020 foi maior do que se pensava

Novos dados recebidos pelo INE revelam impacto mais negativo da pandemia do que o previsto em sectores como o da restauração e do alojamento.

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Nelson Garrido

Num ano que, já se sabia, foi o de maior contracção da economia desde 1928, o resultado afinal ainda foi pior do que se julgava. Esta quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatística reviu em baixa o valor do PIB registado em 2020, depois de verificar que o impacto negativo da pandemia em sectores como a restauração e o alojamento foi mais negativo do que aquilo que os dados iniciais indicavam.

A queda do PIB em 2020, calcula agora o INE, foi de 8,4%, quando na sua estimativa inicial o valor apresentado era de 7,6%. Para 2019, ainda antes da pandemia, também foi revista a taxa de crescimento económico registada, de 2,5% para 2,7%.

Estas revisões no valor do PIB são habituais, já que até apresentar a sua estimativa definitiva, o INE vai tendo acesso a dados mais completos, que lhe permitem ter uma imagem mais exacta daquilo que aconteceu na economia. Foi o que aconteceu neste caso.

No comunicado divulgado esta quinta-feira, o INE explica que “a revisão dos valores referentes a 2020 foi fundamentalmente determinada pela ainda maior contracção que a inicialmente estimada das actividades de alojamento e restauração e transporte e armazenagem”, esclarecendo ainda que os novos números resultam da “incorporação dos resultados da Informação Empresarial Simplificada referente a 2020 entretanto disponibilizada”.

Uma revisão em baixa desta dimensão nos dados de 2020 pode ter como consequência uma ainda maior dificuldade da economia portuguesa em regressar rapidamente aos níveis de actividade registados antes da pandemia.

No que diz respeito à evolução do PIB já nos dois primeiros trimestres deste ano, o INE também deu conta das actualizações dos valores, que são particularmente acentuadas no caso das variações homólogas, por causa do efeito base.  Assim, no que diz respeito ao primeiro trimestre de 2021, a variação do PIB, que antes tinha sido estimada pelo INE em -3,2% em cadeia e em -5,3% em termos homólogos, passou agora a ser ligeiramente mais negativa, de -3,3% em cadeia e de -5,7% em termos homólogos.

Em compensação, no segundo trimestre de 2021, a variação do PIB em termos homólogos passou a ser mais positiva, subindo de 15,5% para 16,2%. Em cadeia, a variação foi revista em baixa de 4,9% para 4,5%.

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