Preços da habitação aceleraram 6,6% no segundo trimestre

Número de imóveis transaccionados também aumentou entre Abril e Junho face ao primeiro trimestre (20,8%).

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Pedro Fazeres

O Índice de Preços da Habitação (IPHab) cresceu 6,6% no segundo trimestre em termos homólogos, ficando 1,4 pontos percentuais acima do observado nos primeiros três meses do corrente ano, revelou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em comparação com o trimestre anterior o IPHab aumentou 2,2% (1,6% no primeiro trimestre de 2021).

​Na componente dos preços, a maior aceleração homóloga verificou-se nas habitações novas, de 6,9%, face às existentes, que foi de 6,5%.

O número de transacções totalizou 52.855 habitações, o que representa um crescimento de 58,3% face a idêntico período do ano anterior, uma variação fortemente explicada pelos efeitos da pandemia em 2020. “Este aumento expressivo deve-se em parte a um efeito de base, dado que a comparação homóloga incide nos meses de Abril a Junho de 2020, período caracterizado por restrições significativas sobre a actividade económica em consequência das medidas de contenção da pandemia de covid-19 que implicaram o número (e valor) mais baixo de transacções desde o terceiro trimestre de 2016”, destaca o INE.

Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021, verificou-se um aumento de 20,8% (-12,0% no trimestre anterior) nas transacções, crescimento que foi extensível a ambas as categorias de habitações, nomeadamente de 22% nas existentes e de 14,1% nas novas.

Forte crescimento também se observou no valor das habitações transaccionadas, que se aproximou de 8,6 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 66,5% em termos homólogos, destacando-se o peso das habitações existentes, que ascenderam a sete mil milhões de euros, face a 1,6 mil milhões de euros nas novas.

Na comparação com o trimestre anterior, o valor das transacções cresceu 23,7% no segundo trimestre (-8,1% no primeiro trimestre de 2021), com o valor dos alojamentos novos a exceder aquele que foi registado nos alojamentos existentes, 24,1% e 23,6%, pela mesma ordem.

Menos transacções em Lisboa e Porto

Na repartição geográfica das transacções, verificou-se que 17.454 correspondem a habitações localizadas na Área Metropolitana de Lisboa, o que representa uma quota de 33,0% do total, mas menos 2,1 pontos percentuais face ao período homólogo anterior.

Também no Norte, com 14.830 transacções, e depois de um período de quatro trimestres consecutivos a crescer, registou-se uma redução de 0,6 pontos percentuais na quota de mercado, para 28,1%. Os maiores crescimentos relativos verificaram-se no Centro, com 10.763 transacções, mais 1,3 pontos percentuais, correspondendo a 20,4% do total.

A pandemia de covid-19 e as restrições impostas para a combater não impediram um forte crescimento dos preços das habitações transaccionadas em 2020, mas o número de negócios caiu pela primeira vez desde 2012. O IPHad aumentou 8,4%, apenas menos 1,2 pontos percentuais do que em 2019, com o aumento médio anual nas habitações existentes (8,7%) a superar o sentido nas habitações novas (7,4%). No último ano foram transaccionadas 171.800 habitações, menos 5,3% do que em 2019, no valor total, de 26,2 mil milhões de euros, o que representou um aumento de 2,4% face a 2019.

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