Tekilla apresenta Olhos de Vidro ao vivo em Lisboa e Porto com convidados

Lançou o álbum em Julho, mas só agora vai apresentá-lo ao vivo em Lisboa e no Porto, primeiro no Estúdio Time Out (esta quarta-feira, às 20h, com Dino D’Santiago, Ana Azevedo e Amaura por convidados), depois no Festival Iminente e no Hard Club.

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Tekilla fotografado para o cartaz dos concertos e para a promoção do disco FRANCISCO GOMES

É um dos nomes do hip-hop que se faz em Portugal e o seu mais recente disco, Olhos de Vidro foi publicado em Julho, depois de oito anos sem gravar. Agora, Tekilla (Telmo Galeano) vai apresentá-lo ao vivo em três concertos, o primeiro dos quais se realiza já esta quarta-feira, em Lisboa, no Estúdio Time Out (20h), com três convidados que também participaram no disco: Dino D’Santiago, Ana Azevedo e Amaura. Em Outubro o disco será apresentado no Festival Iminente, ainda em Lisboa (dia 9, às 19h) e na sala 2 do Hard Club, no Porto (dia 14, às 20h).

Tekilla começou nos anos 90 como skater e em 1995 lançou a sua primeira mixtape, tendo gravado até agora quatro álbuns: Tekillogia (2004), A Preview (2009), Erro Perfeito (2013) e Olhos de Vidro (2021). Este último foi lançado pela editora britânica BBE, Barely Breaking Even, criada pelos DJ Peter Adarkwah e Ben Jolly e que tem no seu catálogo nomes como Boddhi Satva, DJ Jazzy Jeff, J Dilla, Madlib, Pete Rock ou will.i.am. Lançado em Abril, o primeiro single do álbum, 90’s, celebra exactamente os anos desses seus primeiros passos e foi apresentado como “uma homenagem a todos os que levaram o hip hop aos walkmans, discmans, leitores de mp3, e hoje às redes sociais, plataformas digitais, às casas de todos”.

Em 2005, Tekilla fez parte do supergrupo MadVision, com Sam The Kid, Kacetado, Kronic e Link (no álbum homónimo, datado desse mesmo ano, participaram ainda Xeg, Regula e Shor) e em 2019 foi um dos nomes do extenso cartaz do espectáculo A História do Hip-Hop Tuga, que decorreu no dia 8 de Março de 2019 na Altice Arena, em Lisboa, descrito no PÚBLICO por Vítor Belanciano como “uma das histórias possíveis da cultura hip-hop em Portugal”.

O álbum Olhos de Vidro teve produção de Fred Ferreira (Orelha Negra, Buraka Som Sistema, Banda do Mar) e participações especiais de Amaura, Ana Semedo, Dino D’Santiago, Papillon, Sara Soulfull e August Bernard. Na apresentação oficial do álbum, escrevia-se que “este é um disco que já não é só Hip Hop, bebe das influências lusófonas de Telmo Galeano (Tekilla), com raízes em Angola e que explora a Afro Pop, a Soul, a RnB, e ainda cruza gerações diferentes do Hip Hop, pondo lado a lado a nova e a velha escola.”

E o próprio Tekilla descrevia-o como “um álbum maduro, adulto e intemporal”: “Não sei se vão perceber já o disco, mas certamente que no futuro sim. Este não é um disco feito por alguém que faz música para hoje, eu faço música para sempre, é o meu legado. A minha finalidade é expor o ontem, o hoje e o amanhã através da música, respeitar os que deram e continuam a dar tudo o que têm a este movimento, homenagear os pioneiros, mas também inovar. […] Espero que absorvam não apenas a mensagem, mas também a sua diversidade, a busca por novas sonoridades, e acima de tudo a raiz desta cultura”.

Numa entrevista dada em Julho à revista digital Rimas e Batidas, e assinada por Paulo Pena, Tekilla insistia nessa necessidade de entendimento: “Eu quero que toda a gente oiça, seja qual for o género musical, quero que as pessoas oiçam, se identifiquem e que, acima de tudo, possam reflectir sobre certos temas. Tornei-me minucioso na minha composição. Eu sou uma pessoa extremamente exigente; não gosto de lançar por estar a lançar, não gosto de fazer por estar a fazer, não gosto de escrever por estar a escrever. Eu gosto da excelência.”

Quanto ao título do disco, explicava-o assim: “Um olho de vidro está a substituir um buraco, uma lacuna, uma deficiência que tens a nível visual. Falta-te um olho, e o olho de vidro serve para substituir esse buraco no olho. Então, o ‘olho de vidro’ é isso, meu irmão. O ‘olho de vidro’ é para colmatar essa lacuna que a indústria tem; é tapar o buraco que a indústria cultural geral tem. Esta é a última cultura onde a integridade artística é posta em causa, e não devia ser posta em causa.”

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