Sindicato admite que greve na STCP está aquém do que esperava

A greve agora iniciada surge na sequência de um plenário de finais de Agosto que alargou até hoje o prazo para a empresa chegar a acordo para um aumento salarial.

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Nelson Garrido

Um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) admitiu que a adesão à greve desta segunda-feira na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) está aquém do que esperava.

O STRUN convocou para esta segunda-feira, terça-feira e duas primeiras horas de quarta-feira uma greve dos motoristas, em apoio da reivindicação de um reforço do salário base de 715 para 730 euros, mas, numa volta pela cidade do Porto, a agência Lusa constatou que havia muitos autocarros em circulação, embora também anormais filas de passageiros nas paragens à espera de transporte.

Confrontado com esta observação, o dirigente do STRUN Manuel Alves reconheceu que a adesão “nem por isso” corresponde às expectativas sindicais e atribuiu o facto a um certo cansado da multiplicação de paralisações.

Questionado sobre se crê que a STCP pode ceder à reivindicação do sindicato, Manuel Alves declarou: “Tudo pode acontecer, mas acho que não arrear [ceder]”. Nessa eventualidade, os passos a seguir serão dados em plenário de trabalhadores. “Será o que o pessoal decidir”, afirmou.

A agência Lusa aguarda eventuais esclarecimentos da administração da operadora de transportes urbanos do Grande Porto sobre os efeitos da paralisação e sobre se vai ou não ceder quanto ao pretendido reforço salarial.

A greve agora iniciada surge na sequência de um plenário de finais de Agosto que alargou até hoje o prazo para a empresa chegar a acordo para um aumento salarial. Um dia depois, foi emitido pré-aviso para a greve agora em curso.

Em resposta a pedido de comentário da Lusa então formulado, a administração da STCP disse manter-se “fiel ao acordo assinado, em Julho passado, com quatro sindicatos representativos da maioria dos trabalhadores da empresa e não deixará que estes acontecimentos prejudiquem o processo negocial que está a ser trabalhado”.

Sobre a indicação de “novas greves promovidas pelo único sindicato que recusou assinar o acordo”, a transportadora disse entendê-las “como inevitáveis até à data da realização das eleições autárquicas, tendo em consideração a lógica que as tem presidido”.

A gestão da STCP é, desde o início do ano, assumida pelos municípios do Porto, Gaia, Gondomar, Matosinhos, Valongo e Maia.

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