Jerónimo diz que PRR é insuficiente para problemas de habitação que o país tem

Secretário-geral do PCP acusa PS de usar a habitação “demagogicamente como trunfo eleitoral”.

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Jerónimo de Sousa recebe um remo de cravos numa acção de campanha na Pontinha LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que o que está previsto para a habitação no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é insuficiente para responder a este flagelo, enquanto o Governo está a “sacudir a água do capote”.

O primeiro ataque do dia tinha sido dedicado ao que Jerónimo de Sousa considerou ser a complacência do Governo com os grandes grupos económicos. Agora esteve a habitação ‘na mira’ e, mais uma vez, a “bazuca europeia”.

“A habitação é um problema sério a requerer investimento do Estado e a intervenção das autarquias”, advogou, enquanto discursava durante uma iniciativa autárquica da CDU na antiga freguesia da Pontinha, em Odivelas, distrito de Lisboa.

Contudo, na opinião do dirigente comunista, este problema está a ser utilizado “demagogicamente como trunfo eleitoral pelo PS e o seu Governo, prometendo mundos e fundos em nome de um PRR que para a habitação não tem, e o Governo sabe que não tem, os montantes financeiros para corresponder por inteiro à dimensão da carência”.

A postura do Governo para com as autarquias, acrescentou, também é censurável, já que o executivo socialista critica, mas deixa os municípios de mãos atadas.

“É escusado o Governo andar por aí a acusar gratuitamente as autarquias de não aplicarem as verbas do PRR dirigidas à habitação, quando ainda nem definiu as verbas disponíveis para as estratégias locais de habitação, já aprovadas, nem sequer o dinheiro está disponível para ser aplicado”, sustentou.

Por isso, “pede-se mais seriedade” aos socialistas que, enquanto “agitam as responsabilidades de outros para sacudir a água do capote, a verdade é que o dinheiro que há e podia ser gasto está inscrito no Orçamento do Estado em vigor”.

Jerónimo de Sousa acrescentou que há 100 milhões de euros do programa “Primeiro Direito” que “continuam por gastar quase na sua totalidade”.

A segunda acção da campanha autárquica da CDU, a exactamente uma semana das eleições, decorreu no concelho de Odivelas, um dos mais recentes do país – apenas foi elevado a esta condição em 1998 – e onde a CDU tinha quatro vereadores, mas está agora com metade.

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