BE quer que Academia Militar saia do centro de Lisboa

Bloquistas pretendem que o espaço seja aproveitado para habitação, jardim, pólo cultural e residência de estudantes. “Muitas propostas que pareciam impossíveis tornaram-se possíveis”, diz Beatriz Dias.

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Nuno Ferreira Santos

A campanha de Beatriz Gomes Dias começou com a habitação na agenda. Depois de ter visitado uma casa do Programa de Renda Acessível na terça-feira na companhia de Catarina Martins, a candidata do BE a Lisboa foi esta quarta-feira para a porta da Academia Militar dizer que a instituição tem de sair do centro da cidade para libertar quase oito hectares de terrenos para outros usos. 

E por outros usos entenda-se, sobretudo, mais fogos para arrendar a custos controlados. “A habitação é a grande crise da cidade”, afirmou Beatriz Dias na Rua Gomes Freire, onde mostrou quadros coloridos com as ideias bloquistas para aquele local, situado entre a Estefânia e o Paço da Rainha.

A cor-de-rosa estavam assinaladas 200 casas para renda acessível, que o Bloco quer que passe a ser um programa com investimento totalmente público. Fernando Medina tem dito que isso é impossível por falta de dinheiro, mas Beatriz Dias diz que é tudo uma questão de vontade. “A decisão mais importante de qualquer projecto é a prioridade política que se dá”, disse a candidata perante dezena e meia de apoiantes.

E já que se falou em Medina, a bloquista voltou a puxar a brasa à sua sardinha. “Porque o PS não teve maioria absoluta foi possível fazer um conjunto de mudanças. O BE já demonstrou na câmara que somos capazes de fazer. É possível construir uma outra cidade.”

Aliás, argumenta Beatriz Dias, ao ter trocado a concessão a privados por investimento público no polémico projecto de Renda Acessível no Restelo, “o PS concorda com o BE” e demonstra que “muitas propostas que pareciam impossíveis tornaram-se possíveis.”

Voltando à Academia Militar. A proposta do BE envolve habitação, uma residência universitária com 200 quartos, um espaço verde e desportivo e a adaptação do Palácio da Bemposta a pólo cultural e museológico. Tudo isto com um custo estimado de 50,2 milhões de euros, provenientes do orçamento municipal, da ‘bazuca’ europeia e de parcerias com outras entidades públicas.

Mas antes disto há uma questão prévia: o que fazer à Academia Militar propriamente dita? “Nós sabemos que alguns serviços já estão na Amadora e outros locais. É preciso um diálogo com o Governo”, responde Beatriz Dias. E esse diálogo já começou? Ainda não.

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