CIP quer usar Fundo Ambiental para atenuar aumento do preço da energia

António Saraiva, presidente da CIP, mostrou-se optimista quanto ao empenho do Governo em resolver o problema.

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Daniel Rocha

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defende que o Fundo Ambiental deve ser utilizado para atenuar o aumento do preço da energia e assegura que tem vindo a falar com o Governo sobre o assunto.

“Temos vindo a falar com o Governo, não apenas com o senhor ministro do Ambiente, Matos Fernandes, mas também com o senhor secretário de Estado [Adjunto e da Energia] João Galamba, e até com o senhor ministro da Economia [Pedro Siza Vieira] para, de alguma maneira, se aliviar este efeito conjugado catastrófico, porque estamos com a tempestade perfeita”, afirmou nesta quarta-feira António Saraiva, presidente da CIP, durante a conferência de imprensa para apresentar as propostas do Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) para o Orçamento do Estado (OE) para 2022.

Os preços da energia têm atingido máximos históricos nos últimos dias, o que já levou o executivo espanhol a reduzir a componente fiscal, aprovando uma série de medidas para baixar o preço, entre elas a redução de 5,11% para 0,5% do imposto especial sobre a electricidade, que é cobrado na factura de famílias e empresas.

Na semana passada, o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, garantiu que, com a informação disponível à data, e face à enorme subida no preço grossista de electricidade, não haverá “subidas significativas” do preço para os consumidores domésticos, mas não se comprometeu com a manutenção dos actuais valores.

Para fazer face ao problema, o líder da CIP mencionou a possibilidade de se recorrer ao Fundo Ambiental face à conjugação do preço do gás natural e do dióxido de carbono.

“O que se está a ver é que a almofada que existe do Fundo Ambiental, que se pensava que andaria na casa dos 150 milhões de euros. Sabemos hoje que andará mais nos 270 milhões. Temos aí uma almofada que o Governo pode – e eu digo, deve – utilizar para reduzir este efeito conjugado que o gás natural e o preço do CO2 [dióxido de carbono] lamentavelmente nos trazem”, referiu.

António Saraiva disse ter “fundada esperança de que o Governo também está desperto para isso”, fazendo “justiça” ao executivo, que “está a trabalhar nesse sentido”.

“É do Fundo Ambiental, dessa almofada que o país extraordinariamente constituiu, que pode haver forma de minorar esse efeito, porque de facto os custos energéticos são hoje insustentáveis, e não podem ser repercutidos no preço dos bens e dos serviços que as empresas prestam, e isto é fatal para a sua manutenção e sobrevivência”, alertou.

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