Miguel Ângelo teve um Déjà vu e vai lançar o seu novo álbum Noite e Dia a 1 de Outubro

Em Janeiro de 2020, Miguel Ângelo acabava de lançar um álbum com seis canções, NOVA (pop), que incluía parcerias com D’Alva, Chinaskee, Filipe Sambado e Surma, e preparava-se para uma digressão que acabou por ser interrompida em Março, por força da pandemia da covid-19. Passado quase ano e meio desse interrupção, o cantor que durante anos foi a voz dos Delfins (depois de Fernando Cunha e um ano depois da fundação do grupo) anuncia para 1 de Outubro o seu novo álbum a solo. Vai chamar-se Noite e Dia.

O videoclipe da canção que anuncia o disco, Déjà vu, replica na capa, com imagem de Edgar Keats e design de Sílvio Minnemann, o célebre quadro de René Magritte La Reproduction Interdite. Falando de réplicas, o vídeo também cita explicitamente (recriando-as) imagens icónicas de videoclipes históricos de artistas como os Beatles, na cena do concerto no telhado na Apple (Don’t let me down, 1969). Aliás, é assim que o videoclipe começa. São também citados Bob Dylan (Subterranean homesick blues, 1967, que D.A. Pennebaker incluiu no seu filme Don’t Look Back), com Miguel Ângelo a deixar cair, em lugar de cartões com palavras, capas de LP de Dylan; os Mão Morta, na cena da banda no carro (Budapeste, 1992); os Duran Duran, no veleiro (Rio, 1982) e David Bowie, no palhaço rico (Ashes to ashes, 1980).

A realização de Déjà vu é de Edgar Keats e Miguel Ângelo (autor do argumento) e o vídeo conta com Miguel Ângelo, Mário Andrade, Bernardo Fesch e Jorge Quadros. A letra começa assim: “Há quem queira ter um Verão azul/ Mas não saiba ver o sol/ Ser alguém e dono disto tudo/ E não valha um caracol”. É um bom intróito para a Noite e Dia que aí vem, já com concerto marcado para 30 de Novembro no Teatro Maria Matos, em Lisboa, onde estarão como convidados Rui Maia, Co$tanza e Pedro de Tróia, que participam no disco: Rui Maia, assumindo também a produção, no lado Noite; Pedro de Tróia num dueto em A ver o mar; e Co$tanza numa remistura do tema Adiei, como faixa extra.

A par do seu trabalho a solo, que já soma quatro discos (Primeiro, 2012; Segundo, 2015; Grotesco vs. A Canção, 2018; e NOVA (pop), 2019), Miguel Ângelo continua a integrar a Resistência e o episódico regresso dos Delfins, que em 2019 actuaram em Cascais.