Portugal preside à maior organização de juízes do mundo. José Igreja Matos dedica eleição às “juízas afegãs”

O actual Juiz Desembargador do Tribunal da Relação do Porto foi eleito, por unanimidade, na reunião anual da União que ocorreu este sábado.

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Diogo Baptista
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José Igreja Matos num discurso em 2019 durante a UNGA 2019 DR

O Juiz Desembargador do Tribunal da Relação do Porto, José Igreja Matos, foi eleito Presidente da União Internacional de Juízes (IAJ, na sigla inglesa), por unanimidade, durante a reunião anual dos seus membros que decorreu neste sábado, 11 de Setembro. 

A informação foi divulgada, este domingo, num comunicado publicado no site da IAJ que é a maior organização de juízes do mundo, formada por associações judiciais de 94 países dos cinco continentes.

“É uma grande honra ser eleito presidente da União Internacional de Juízes”, começa por destacar José Igreja Matos, no discurso de aceitação, em que dedica a eleição aos “juízes no Afeganistão, em particular às juízas afegãs”. “A situação inimaginável em que estão é um lembrete constante para todos nós, particularmente para as organizações internacionais, do quanto tem de ser feito para proteger os nossos valores essenciais, para preservar a dignidade humana”, sublinha. 

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José Igreja Matos é juíz desde 1990 DR

José Igreja Matos é juiz desde 1990 e foi promovido ao Tribunal da Relação do Porto em 2012. Em 2011, foi nomeado representante da ASJP na União Internacional de Juízes e entre 2016 e 2021 presidiu ao grupo regional da Associação Europeia de juízes.

Nos próximos dois anos, Matos diz que a prioridade passa por restabelecer as “actividades normais, em pessoa, trabalhando em conjunto, lado a lado” e continuar a promover a “independência judicial em todo o mundo.”

Desde 1953, que a União Internacional dos Juízes se dedica a promover os valores do Estado de direito e da independência do poder judicial.

Com o discurso, José Igreja Matos aproveitou para destacar os desafios contemporâneos da justiça e da democracia. “O Estado de Direito está agora mais ameaçado do que nunca em várias regiões do globo”, frisou Matos.

“Citando uma frase atribuída à Divina Comédia de Dante: ‘os lugares mais quentes do inferno estão reservados para aqueles que em tempo de crise preservam a sua neutralidade’”, continuou o juiz. “O IAJ continuará a estar na linha da frente desta batalha para defender um sistema judicial independente.”

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