Governo escocês não desiste do referendo à independência apesar das sondagens

Primeiro esboço da legislação para o referendo já foi feito pelo Executivo. Nacionalistas querem que a consulta popular se realize em 2023.

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Nicola Sturgeon no Parlamento escocês na quinta-feira RUSSELL CHEYNE/Reuters

O relançamento da campanha independentista do Governo da Escócia arranca com as sondagens a darem o “sim” e o “não” praticamente igualados, o que parece complicar os planos da primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, para conseguir convencer o Governo britânico a autorizar um novo referendo à secessão do Reino Unido.

Na terça-feira, Nicola Sturgeon, reiterou no Parlamento escocês a sua intenção de voltar a realizar um novo referendo à independência da Escócia “quando tiver passado a crise da covid-19” e até adiantou um prazo: 2023.

Há mais de sete anos, a maioria dos escoceses disseram “não” à independência, com 55% contra 45%, mas a líder do Governo escocês considera que a saída do Reino Unido da União Europeia mudou o contexto político. A maioria dos escoceses votou contra o “Brexit” no referendo de 2016.

O Partido Nacional Escocês (SNP), de Sturgeon, quer fazer valer a sua contundente vitória eleitoral de Maio e estabeleceu como principal desafio convencer a maioria dos escoceses a votarem para sair do Reino Unido.

Uma sondagem publicada esta semana pela Sky News dá uma vitória apertada ao “sim” à independência, mas a que o diário Scotsman publicou na sexta-feira coloca o “não” à frente com 52%. Números que demonstram que os escoceses estão divididos e torna-se difícil adivinhar o resultado de um referendo. Pelo menos a esta distância.

O Governo escocês publicou o primeiro esboço da legislação para o referendo que para realizar-se com garantias de que os resultados serão respeitados precisa da aceitação de Londres e o primeiro-ministro, Boris Johnson, já se mostrou contrário à sua concretização.

Keith Brown, líder do SNP, garante que a a Escócia precisa da independência hoje “mais do que nunca” e avisou Boris Johnson e os conservadores britânicos que a sua posição não impedirá os escoceses de realizarem um novo referendo.

Na conferência nacional do seu partido, Brown afirmou que “os próximos meses serão dos mais importantes da história da Escócia”.

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