Madeira quer organizar “a melhor prova de águas abertas da Europa”

Perto de 400 atletas de 50 clubes participam neste fim-de-semana na segunda edição do Madeira Island Ultra Swim.

Foto
Pedro Vasconcelos

Vão ser dois dias de fortes braçadas e vão reunir neste fim-de-semana nas águas da Madeira, com percursos entre a praia da Calheta, perto do extremo Oeste da Madeira, e a baia do Funchal, cerca de 400 atletas portugueses e estrangeiros de 50 clubes. No segundo fôlego do que pretende tornar-se a curto prazo na “melhor prova de águas abertas da Europa”, o Madeira Island Ultra-Swim (MIUS) 2021 contará com cinco provas – a principal será neste sábado na distância de 30 quilómetros.

Ao contrário do que aconteceu há um ano, quando a primeira edição do evento foi realizada em apenas um dia, o MIUS 2021 será distribuído por sábado e domingo, permitindo que os atletas participem em duas distâncias.

Assim, neste sábado, serão realizadas as provas de 30 quilómetros, cinco quilómetros e um quilómetro. Para domingo, estão reservados os percursos com a extensão de dez quilómetros e 3.5 quilómetros. No total, há 385 atletas de 50 clubes inscritos para as cinco provas – 37 nadadores serão estrangeiros.

Para a “prova rainha” do MIUS 2021, que terá a sua largada às 8h00 de sábado na praia da Calheta, estão inscritos 12 nadadores que terão que realizar um percurso non-stop – o primeiro posto de abastecimento será no cais da Madalena do Mar, passando depois os atletas pela Ponta do Sol, Ribeira Brava, Fajã dos Padres, Câmara de Lobos e Ponta Gorda.

Já com o vale do Funchal como plano de fundo, os ultra-nadadores vão passar pelo Complexo Balnear da Barreirinha, estando a meta instalada muito próxima do cais do Funchal.

Avelino Silva, presidente da Associação de Natação da Madeira, admite alguns constrangimentos ainda provocados pela pandemia – “Fazer uma prova em mar aberto de 30 ou 10 quilómetros, exige um planeamento rigoroso e muitos atletas devido a incerteza da covid-19 acabaram por não participar” -, mas, em declarações ao PÚBLICO, o dirigente madeirense garante que a prova será realizada em segurança: “Fomos persistentes e tudo fizemos para garantir a segurança de todos os atletas e staff, realizando testes antigénicos.”

Foto
Avelino Silva, presidente da Associação de Natação da Madeira Pedro Vasconcelos

Sobre o rumo que a prova poderá seguir, Avelino Silva realça que “pela qualidade da água do mar, pela especificidade de ser uma prova em pleno oceano Atlântico, pela temperatura da água, pelas belezas adjacentes como o Cabo Girão, a baía de Câmara de Lobos ou do Funchal, pela forma de receber dos madeirenses, pela gastronomia e pelas actividades que os atletas podem fazer extra competição”, num “espaço de três a quatro anos”, o MIUS pode chegar aos “dois mil atletas” inscritos, tornando-se na “melhor prova de águas abertas da Europa”.

“Estamos a trabalhar para isso e estamos preparados para assumir esse desafio, queiram as entidades locais e regionais acompanharem-nos nesta ambição, que julgamos ser de todos, a bem daquilo que deve ser a Madeira, ou seja, um destino activo e que tem um conjunto de cartazes turísticos diversificados”, destaca o presidente da Associação de Natação da Madeira.

Do lado das entidades locais, é realçado que “o MIUS tem merecido o apoio institucional do Governo Regional desde a primeira hora por se enquadrar claramente no posicionando que se entende ser adequado para a região autónoma da Madeira enquanto destino de visitas e de férias”.

Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo e Cultura do arquipélago, explica ao PÚBLICO que “a Madeira posiciona-se como um destino para todo o ano e, como um destino activo, importa salientar a capacidade que oferece para que diferentes modalidades possam ser praticadas ao longo dos 12 meses. Os eventos com propensão internacional ganham uma relevância maior. O MIUS corresponde a isso”.

“É um conjunto de provas que desafia participantes de varias faixas etárias para nadarem distâncias diferentes e oferece a possibilidade de diferentes públicos procurarem a Madeira. O desafio é grande e torna esta prova e um grande complemento aos desafios das provas em terra”.

Usando o Madeira Island Ultra Trail como termo de comparação – “Muito rapidamente conquistou a simpatia e a procura de milhares de pessoas que em poucas horas esgotam essa prova” -, Eduardo Jesus salienta que a Madeira que reforçar “a sua propensão para a montanha e para o mar”: “Acreditamos que sem a ameaça da covid, o crescimento do MIUS será exponencial. O Governo Regional tem este compromisso para com os grandes eventos que projectam e atraem públicos à Madeira.”

Sugerir correcção
Comentar