Novak Djokovic está a duas grandes vitórias da história

A final feminina do US Open vai ser discutida entre duas estreantes.

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Novak Djokovic afastou Matteo Barrettini EPA/JASON SZENES

Dos sete encontros que Novak Djokovic tem de vencer no US Open para se tornar no primeiro homem desde 1969 a vencer os quatro torneios do Grand Slam no mesmo ano e passar a deter um novo recorde de 21 títulos em majors, restam dois. O sérvio de 34 anos somou a quinta vitória em Nova Iorque e a primeira diante de um adversário do top 10, Matteo Berrettini. Mas o melhor que o italiano conseguiu foi ganhar um set.

“Claro que estou ciente da história, o que me dá motivação. Se começo a pensar demasiado nisso, mentalmente fico assoberbado. Quero focar-me nas coisas básicas e no que mentalmente funciona comigo”, afirmou Djokovic, que voltou a realizar uma exibição em crescendo, para derrotar Berrettini (8.º ATP), por 5-7, 6-2, 6-2 e 6-3.

“Sei quais são as minhas forças e é com elas que jogo. Trabalhei muito durante anos para aperfeiçoar o meu jogo e não apresentar falhas. Todos têm alguma fraqueza no seu jogo e há sempre alguma coisa que se pode melhorar. Quero ter um ténis o mais completo e versátil possível, que me possibilite adaptar-me a cada piso, apresentar estilos diferentes e impor a táctica que necessite para ganhar cada encontro”, revelou o número um mundial, que após ceder o set inicial, só enfrentou um break-point e “quebrou” por cinco vezes o serviço do possante adversário.

“Ele não dá pontos de borla, temos que ser nós a ganhá-los. Não interessa se é a servir ou a responder, ele faz-nos suar”, admitiu Berrettini.

Alexander Zverev (4.º), adversário de Djokovic nas meias-finais, concorda: “Contra ele, temos que nos preparar para fazer a melhor exibição de que somos capazes. Temos de ser perfeitos, caso contrário não ganhamos e na maior parte do tempo não conseguimos ser perfeitos. Temos que ser nós a ganhar o encontro, a dominar os pontos e sem cometer muitos erros não forçados.”

Ao eliminar o sul-africano Lloyd Harris (46.º), por 7-6 (8/6), 6-3 e 6-4, o alemão de 24 anos somou a 16.ª vitória consecutiva de uma série que começou nos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde derrotou Djokovic. “Ganhar aí, ao número um do mundo, em especial depois de estar com um set e um break de desvantagem, foi muito diferente de outros encontros; as emoções foram diferentes. Este ano, parece que ninguém consegue vencê-lo nos Grand Slams. Sinto que fui o primeiro jogador a derrotá-lo num encontro de grande importância. Para mim, isso conta alguma coisa”, frisou Zverev.

Na competição feminina, já se sabia que ia triunfar uma campeã inédita, mas com a eliminação de Karolina Pliskova, o derradeiro encontro vai ser protagonizado por estreantes em finais do Grand Slam. A finalista do Open de 2016 é a detentora do número de ases em 2021 e neste US Open, mas foi Maria Sakkari (18.ª) a servir a um elevadíssimo nível: venceu 24 dos 26 pontos disputados com o seu primeiro serviço, perdeu somente seis no seu segundo serviço e não enfrentou qualquer break-point. A grega ganhou uma série de 22 pontos consecutivos a servir, vencendo os últimos quatro jogos do set inicial, para tomar o ascendente sobre Pliskova (4.ª) e vencer com um duplo 6-4.

Aos 26 anos, Sakkari soma a segunda presença nas meias-finais de um major, três meses depois de se estrear nesta fase em Roland Garros. “Cheguei tarde ao circuito. Não era uma boa júnior, não era uma estrela aos 19 anos. Tive de trabalhar e sacrificar muito na minha vida, mas agora está a compensar”, afirmou a primeira tenista da Grécia (homem ou mulher) nas meias-finais do US Open. “Quero dedicar esta vitória à Grécia porque lutámos muito no último mês devido aos fogos. Ao fazer os gregos orgulhosos e felizes nestes tempos difíceis senti-mo ainda mais feliz porque todos sabem como amo o meu país”, disse Sakkari que na meias-finais defronta a primeira jogadora vinda do qualifying a chegar tão longe no US Open: Emma Raducanu.

Filha de pai romeno e mãe chinesa, nascida há 18 anos em Toronto e a residir desde os dois em Londres, a britânica estreou-se no circuito principal em Junho e o US Open é apenas o seu quinto torneio a este nível. “Não esperava de todo estar aqui. Tinha voo marcado para depois do qualifying, mas esse é um bom problema para se ter”, brincou Raducanu (150.ª), depois de dominar a experiente Belinda Bencic (12.ª) e continuar sem perder qualquer set.

Mais do que o resultado (6-3, 6-4), foi a tranquilidade com que foi somando jogos e fechou o encontro. “A calma e força mental vêm da minha educação. Os meus pais sempre me incutiram uma atitude positiva no court porque, quando era mais nova, era logo repreendida se tivesse alguma má atitude”, explicou Raducanu, já com entrada assegurada no top 50.

Na outra meia-final está a canadiana Leylah Fernandez (73.ª), de 19 anos. Desde que Caroline Wozniacki e Yanina Wickmayer disputaram as meias-finas em 2009 que não havia duas teenagers nesta fase do US Open. A adversária da canadiana é Aryna Sabalenka (2.ª).

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