PSP vai apresentar queixa contra juiz que tentou “provocar” os polícias

O juiz Rui Fonseca e Castro “provocou” os elementos da PSP que estiveram ontem no Conselho Superior da Magistratura, gritando-lhes que deveriam colocar-se no lugar e que ele era a autoridade judiciária, estando “acima” dos mesmos.

Foto
O comportamento de Rui Fonseca e Castro valeu-lhe um processo disciplinar que pode redundar na expulsão da magistratura Sara Nunes

A Polícia de Segurança Pública (PSP) vai apresentar queixa contra o juiz Rui Fonseca e Castro depois de, esta terça-feira, ter confrontado os polícias, aos gritos, e tentado “provocar” os mesmos.

“Devido aos comportamentos do Sr. Juiz Rui Fonseca e Castro (amplamente difundidos pelos Órgãos de Comunicação Social), aquando da sua interacção com os Polícias que ali se encontravam de serviço, a cumprir a sua missão, a PSP participará, ainda hoje, às entidades judiciárias competentes os factos ocorridos”, lê-se num comunicado enviado às redacções esta quarta-feira.

Esta autoridade afirma ainda que “os comportamentos verificados tiveram o aparente objectivo de provocar os Polícias em serviço”, enaltecendo a postura dos presentes: “mantiveram uma postura profissional, calma e serena, própria de quem está ciente da sua missão, o que se salienta e enaltece”.

O juiz negacionista Rui Fonseca e Castro esteve esta terça-feira no Conselho Superior da Magistratura, a defender-se de um processo disciplinar que lhe foi levantado por causa dos seus comportamentos e atitudes. O juiz, que já liderou várias manifestações negacionistas, foi suspenso de funções depois de ter interrompido um julgamento de um caso urgente de violência doméstica por o procurador e o funcionário judicial se terem recusado a tirar as máscaras na sala de audiências.

No decorrer da audição e, mais tarde, durante a manifestação que reuniu vários apoiantes do juiz, a PSP verificou “o incumprimento das regras em vigor para a prevenção da disseminação da pandemia que ainda nos atinge”, dizem. Assim, “a PSP adoptará as diligências necessárias para a identificação dos infractores, a fim de proceder ao levantamento dos respectivos autos por contra-ordenação”. Na altura, e “para evitar males maiores”, a Polícia “fez uma avaliação do custo/benefício de uma intervenção pela força, adoptando uma postura que a evitasse”.

A autoridade reforça a mensagem de que ainda estamos em tempo de pandemia e apela a “todos os cidadãos, independente das suas convicções, a que respeitem as restrições em vigor, destinadas a combater a pandemia” e “que cumpram as ordens legais e legítimas dos Polícias”.

Sugerir correcção
Ler 43 comentários