Políticas para a natalidade? Passam pelas mães
A sociedade como um todo colhe os benefícios de existirem mais bebés, enquanto as mães suportam os custos de serem mães.
A baixa natalidade portuguesa é um problema – é o que leio e oiço há pelo menos vinte anos. E quem o tem dito nestas duas décadas tem razão: temos compensado a baixa natalidade e o saldo natural negativo com o aumento de imigrantes, mas nos censos de 2021 nem a imigração nos valeu. Encolhemos a população pela primeira vez em cinquenta anos. Já se discutiram muitas políticas, já se esboçaram inúmeras soluções e propostas governativas – nunca nenhuma muito a sério, de facto – sem se produzirem os efeitos desejados. Quando vejo as discussões e a construção de propostas, tenho sempre a mesma sensação: um grupo maioritariamente de homens a decidir sobre um fenómeno que envolve mais que tudo as vidas (e os corpos) das mulheres.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.