Mansoor Adayfi, 15 anos em Guantánamo: “Nós, muçulmanos, chamamos-lhe ‘guerra de terrorismo’”

Há 20 anos, Adayfi tinha 18 anos e um futuro. Capturado no Sul do Afeganistão, mergulhou num inferno sem porta de saída. “Tiraram-me metade da minha vida”, diz, prestes a completar 39 anos.

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Um prisioneiro de Guantánamo agrilhoado Reuters

A retirada do Afeganistão e o regresso dos taliban ao poder, a poucos dias de se cumprirem 20 anos dos atentados do 11 de Setembro, seriam um momento para Mansoor Adayfi reviver alguns dos episódios mais traumatizantes da sua vida. Isso se ele alguma vez se tivesse libertado e deixado para trás as torturas, as humilhações, os espancamentos, os tubos enfiados pelo nariz para o alimentar à força a cada greve de fome ou aquele vislumbre de infinito que fez um afegão gritar “Allahu Ahkbar” (“Deus é grande”) quando as notícias de um furacão, em 2014, levaram os guardas de Guantánamo a retirar as lonas verdes que impediam os presos de ver o mar.

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