Açores: passageiros de São Miguel deixam de ser obrigados a fazer teste à covid-19 em viagens entre ilhas

Ilha de São Miguel está no nível de baixo risco e as restantes ilhas em muito baixo risco.

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No último mês, a taxa de positividade nos rastreios aos passageiros da ilha de São Miguel foi de “0,2 casos por 100 testes realizados” Nuno Ferreira Santos

Os passageiros que embarquem em São Miguel para outras ilhas dos Açores vão deixar de ser obrigados a fazer teste de despiste de SARS-CoV-2, a partir de sábado, anunciou hoje o Governo Regional.

“Na sequência desta diminuição da incidência de casos e do nível de risco, em São Miguel, deixa de ser obrigatória a realização de testes interilhas com partida de São Miguel, a partir das 00h00 de amanhã [sábado]”, adiantou esta sexta-feira o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores. Clélio Meneses falava, em Angra do Heroísmo, numa conferência de imprensa de actualização das medidas de combate à pandemia de covid-19.

Segundo o boletim de semanal de avaliação do nível de risco de transmissão do novo coronavírus que provoca a doença covid-19 nos Açores, a ilha de São Miguel, a mais populosa do arquipélago e a única em que está identificada, neste momento, transmissão comunitária, baixou de médio para baixo risco. “A ilha de São Miguel reduz o nível de risco para baixo risco, com a redução de incidência para 55 casos por 1000 habitantes, nível que já não era atingido desde Março de 2021”, avançou o secretário regional da Saúde.

A Autoridade de Saúde Regional dos Açores alterou, em 6 de Agosto, a matriz de risco de transmissão de SARS-CoV-2, passando a incluir, além da incidência de casos, o número de internamentos em hospital e o número de óbitos devido à covid-19. Clélio Meneses destacou a redução do número de internamentos nos Açores, alegando que estão internados seis doentes no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, e frisou que “há uma relação muito directa entre internamentos e não vacinados”.

Sobre a decisão de deixar de ser obrigatória a realização de testes nas viagens interilhas, o governante disse que a taxa de positividade dos testes realizados na ilha de São Miguel, no último mês, foi de “3,5 casos por 100 testes realizados”, mas nos rastreios aos passageiros da ilha de São Miguel foi de “0,2 casos por 100 testes realizados”.

O executivo açoriano vai introduzir também alterações aos critérios de determinação de isolamento profiláctico e testagem em caso de contacto com pessoas com infecção por SARS-CoV-2, com regras diferentes para vacinados e não vacinados.

Os contactos considerados de alto risco que tenham vacinação completa contra a covid-19 “não necessitam de efectuar isolamento profiláctico”, mas deverão “ser colocados em autovigilância, reforçando as medidas preventivas, como o uso de máscara, a higienização, desinfecção e distanciamento de segurança”.

Essas pessoas serão testadas “na data da identificação como contacto e também ao sétimo ou oitavo dia, após o último contacto com o caso positivo”. “Se resultar teste positivo deste rastreio determina-se o isolamento e inicia-se uma nova investigação epidemiológica, se for um resultado negativo, o utente mantém-se apenas em autovigilância até perfazer 14 dias”, adiantou o secretário da Saúde.

No caso de o contacto de alto risco não estar vacinado, “fica colocado em isolamento profiláctico durante 14 dias”, realizando também testes no dia de identificação e ao 7.º ou 8.º dia. Se os dois testes tiverem resultado negativo, “pode ser levantado o isolamento ao 10.º dia”.

Já nos contactos de baixo risco, quem tiver a vacinação completa contra a covid-19, “fica apenas em autovigilância sem necessidade de rastreio”.

Quem não tiver vacinação completa, também fica em autovigilância, mas “realiza teste na data de identificação e ao 7.º ou 8.º dia”.

Os Açores têm actualmente 157 casos activos de infecção por SARS-CoV-2, dos quais 127 em São Miguel, 19 na Terceira, quatro no Faial, quatro em São Jorge, dois no Pico e um na Graciosa. 

São Miguel está no nível de baixo risco e as restantes ilhas em muito baixo risco. Desde o início da pandemia, foram diagnosticados na região 8713 casos de infecção, tendo ocorrido 8333 recuperações e 42 mortes.

Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 94 pessoas e 74 apresentaram comprovativo de cura anterior.

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