Rio “focado no dever” de recuperar câmaras para começar a “mudar o país”

Presidente do PSD elogia escolha da candidata à Amadora, Suzana Garcia.

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Rui Rio e Suzana Garcia na Amadora LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O presidente do PSD assegurou esta sexta-feira estar “focado no dever” de começar a recuperar câmaras para o partido poder “mudar o país”, escusando-se a responder a notícias sobre possíveis candidatos à disputa da liderança.

“É notório que o país precisa de uma mudança, as pessoas pensam que só pode ser feita a partir do Governo, mas se conseguirmos a mudança em muitas autarquias do país, o país começa a transformar-se a partir das autarquias”, defendeu Rui Rio em declarações aos jornalistas, no final de uma acção com a candidata Suzana Garcia, apoiada pelo partido.

Questionado como vê quem também pretende a mudança no PSD - depois de notícias de que o eurodeputado Paulo Rangel está a preparar terreno para se candidatar à liderança do partido -, Rio não quis responder directamente.

“Propus-me ser presidente do partido, num mandato anterior, e agora neste mandato. Neste mandato - depois haverá eleições internas em Janeiro - o que há de mais relevante são as eleições autárquicas, muito importantes para o PSD e para o país”, afirmou.

Segundo Rio, tal como um presidente de uma empresa, o líder de um partido deve empenhar-se nos objectivos do seu mandato de dois anos, que agora passam por “o PSD conseguir recuperar o que se tem vindo a perder” em termos autárquicos.

“Eu estou focado em fazer isso, é isso que vou fazer, independentemente de mais artigo menos artigo. Estou focado no maior interesse do PSD, que é conseguir o melhor resultado possível nas autárquicas”, afirmou, respondendo com um “não vou comentar isso” a todas as restantes perguntas sobre o tema.

Questionado se as eleições de 26 de Setembro poderão ser um “tudo ou nada” para a sua liderança, Rio respondeu negativamente.”Primeiro, o que está em causa não sou eu, é o partido e não são tudo ou nada no partido (...) São muito importantes, mas não é decisivo, não vamos ser dramáticos”, afirmou.

Rio apontou a Câmara da Amadora como “emblemática” para a mudança que considera poder começar no país nas autárquicas, incluindo este concelho entre vários que se encontram num estado de “imobilismo”. Questionado se concorda com as mensagens anti-sistema da candidata Suzana Garcia - que colocou vários cartazes onde se lê que é preciso “fazer tremer” o sistema -, Rio salientou que são mensagens que ele próprio já usa há muitos anos.

“Obviamente que cada um tem o seu estilo e cada um tem a sua maneira, mas é evidente que estamos a caminhar para um sistema cada vez mais anquilosado”, disse, recebendo um “muito bem” da candidata ao seu lado e palmas dos apoiantes que acompanharam a iniciativa.

O líder do PSD considerou que, na Amadora, o partido encontrou “uma candidata para este efeito excelente”. “Uma coisa é o que se vê na comunicação social, outra é o que podem apreciar na rua, tirem as vossas conclusões”, disse.

Rio considerou que “certamente” o partido pode vencer na Amadora e, à pergunta se for o PSD a tremer em 26 de Setembro, riu-se e disse apenas: “O PSD como sabe está sempre a tremer”.

“No dia 26 o PSD vai tremer de júbilo com as vitórias que vai ter”, interrompeu Suzana Garcia. No percurso de cerca de 45 minutos pela Damaia, a candidata e Rui Rio - que apresentou sempre como “o presidente” - tomaram um café, cumprimentaram alguns comerciantes e pessoas que passavam, e Suzana Garcia tirou algumas selfies com quem lhe pedia e ia distribuindo rosas brancas.

“Consideramos que as rosas são uma flor resistente, feminina e quando mal manuseada, como quando se manuseia mal o povo, magoa”, justificou. No final, a candidata pediu à comunicação social que a acompanhasse até à entrada do Bairro da Estrada Militar, dizendo “não querer mais favelas na Amadora”.

“A um raio de 10 quilómetros da Assembleia da República temos crianças e famílias a viver neste desconsolo, e que aqui se encontram há mais de 24 anos, nuns casos, e há mais de 42, noutros”, criticou, acrescentando que mais de 97% das famílias que pediram para serem realojadas não o conseguiram.

Além de Suzana Garcia (PPD-PSD/CDS-PP/Aliança/MPT/PDR), candidatam-se à Câmara da Amadora a actual presidente do PS Carla Tavares, Deolinda Martins (BE), António Borges (CDU), José Dias (Chega), Gil Garcia (MAS) e Henrique Tigo (PPM, RIR). O actual executivo é formado por sete eleitos do PS, dois da coligação Amadora Mais (PSD/CDS-PP), um da CDU e um do BE.

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