Dois irmãos iraquianos eram alvo de investigação desde 2017 por suspeita de ligações ao Daesh

Detenções aconteceram na região de Lisboa na sequência de uma investigação de quatro anos que contou com a colaboração das autoridades iraquianas. Os dois homens ficaram em prisão preventiva.

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A Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta quarta-feira, dois irmãos iraquianos, de 32 e 34 anos, na Grande Lisboa, por suspeita de pertencerem à organização terrorista Daesh – Estado Islâmico, antes Estado Islâmico do Iraque e do Levante ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria. Não lhes é atribuído qualquer crime em território nacional, mas no Iraque.

Ao que diz Manuela Santos, directora da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária, não são apenas suspeitos de pertencer ao Daesh, mas também de ter cometido crimes contra a humanidade nessa condição. Num comunicado emitido na manhã desta quinta-feira, a PJ já referia indícios de crimes “de adesão e apoio a organização terrorista internacional, de terrorismo internacional, e contra a humanidade”.

Os suspeitos terão assumido “distintas posições” na organização. Há um mandado de captura emitido pelo Iraque.

Os dois irmãos chegaram a Portugal em 2017 no programa de recolocação da União Europeia. Estão a ser alvo de investigações desde esse ano, mas de um modo muito discreto. 

Segundo a PJ, a operação contou com a colaboração do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e, a nível internacional, com as autoridades judiciárias iraquianas, através da Unitad-ONU,a equipa de investigação criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para “promover a responsabilização por crimes cometidos pelo Daesh”, “cujo apoio permitiu recolher prova indiciária bastante para imputar os referidos crimes àqueles cidadãos”. 

A par das duas detenções foram realizadas buscas em vários locais frequentados pelos suspeitos ou por pessoas suas amigas, que de nada desconfiariam. Contaram com vários quadros de investigação criminal e peritos da Unidade de Perícia Tecnológica Informática da PJ.

O interrogatório judicial prolongou-se por esta quinta-feira adentro. Os dois suspeitos vão aguardar julgamento em prisão preventiva por decisão do juiz de instrução criminal, disse já tarde da noite à Lusa fonte policial.

Notícia actualizada às 23h50 com as medidas de coacção aplicadas aos dois suspeitos.

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