Covid-19: Moderna pede autorização para administrar terceira dose da vacina nos EUA

A dosagem para este reforço é de 50 microgramas, ou seja, metade da dosagem das primeiras duas injecções.

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Reuters/Mike Segar

O laboratório farmacêutico Moderna apresentou à agência norte-americana do medicamento (FDA) os primeiros dados para a obtenção de autorização para uma terceira dose da vacina contra a covid-19 nos Estados Unidos.

“Estamos felizes por iniciar o pedido e empenhados em manter-nos à frente do vírus”, disse, em comunicado divulgado na noite de quarta-feira, o director executivo do laboratório, Stéphane Bancel.

A empresa biotecnológica norte-americana forneceu os resultados de testes realizados em cerca de 350 participantes, que receberam uma dose de reforço seis meses após a segunda injecção.

A Moderna disse ainda que pretende enviar esses dados também à Agência Europeia do Medicamento (EMA) e a outras entidades reguladoras no resto do mundo “durante os próximos dias”.

A dosagem para este reforço é de 50 microgramas, ou seja, metade da dosagem das primeiras duas injecções.

De acordo com a Moderna, os níveis de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2 “baixaram significativamente” ao fim de “cerca de seis meses” após a toma das duas primeiras doses. Porém, “após uma terceira dose, foi atingido um nível de anticorpos semelhante” ao alcançado anteriormente em todas as faixas etárias.

A tolerância à dose de reforço foi semelhante às duas primeiras injecções.

Em meados de Agosto, o consórcio Pfizer/BioNTech também apresentou os seus primeiros resultados à FDA para sustentar um pedido de autorização para a administração da terceira dose da vacina.

A FDA anunciou na quarta-feira que um comité consultivo irá reunir-se em 17 de Setembro para “discutir o tema das doses adicionais de vacina covid-19” e, especificamente, para analisar o pedido da Pfizer para pessoas até 16 anos de idade. O parecer deste comité é necessário antes de uma eventual autorização.

As autoridades de saúde anunciaram, no final de Agosto, que em 20 de Setembro teria início uma campanha de revacinação para todos os norte-americanos que receberam a segunda dose das vacinas da Pfizer ou da Moderna há pelo menos oito meses.

No entanto, os especialistas criticaram a decisão, anunciada antes que as agências científicas realizassem as suas análises independentes.

Além disso, os dados disponíveis mostram, por enquanto, que as vacinas continuam a ser muito eficazes contra os casos graves de doença, hospitalizações e óbitos, o que continua a ser o seu principal objectivo.

O assunto da terceira dose também reacendeu a questão das desigualdades no acesso às vacinas, numa altura em que muitos países, especialmente em África, tiveram acesso a um número muito limitado de doses.

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