Miguel Monteiro conquista bronze no lançamento do peso F40

Numa prova em que o seu recorde mundial foi batido três vezes, o lançador português conseguiu a marca de 10,76m, ficando atrás de Denis Gnezdilov, do Comité Paralímpico da Rússia, e do iraquiano Garrah Tnaiash. Miguel Monteiro mostrou-se satisfeito com o bronze, mas assume que “esperava fazer melhor marca”.

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Miguel Monteiro conquistou este domingo a medalha de bronze na prova do lançamento do peso F40 LUSA/Miguel A. Lopes

Miguel Monteiro conquistou este domingo a medalha de bronze na prova do lançamento do peso F40 (atletas de baixa estatura) dos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, na qual o recorde mundial, que lhe pertencia, foi batido três vezes.

Miguel Monteiro conseguiu a marca de 10,76m no quinto lançamento, depois de um primeiro arremesso a 10,45m, de dois nulos, e de um lançamento a 10,37m.

No Estádio Olímpico de Tóquio, o atleta de Mangualde, que tinha sido quinto nos Jogos Rio2016 e é campeão europeu da categoria, marcou 10,68m na última tentativa.

MIGUEL A. LOPES/LUSA
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O recorde mundial de 11,01m, que pertencia a Miguel Monteiro desde Fevereiro passado, caiu três vezes durante a final, numa “luta” que envolveu Denis Gnezdilov, do Comité Paralímpico da Rússia, e o iraquiano Garrah Tnaiash, que detinha o recorde paralímpico.

No primeiro lançamento, o russo marcou 11,02m, e liderou o concurso até à última tentativa, na qual o iraquiano marcou 11,15m, fazendo cair o recorde e assumindo a liderança da prova.

Na derradeira tentativa, Denis Gnezdilov fixou novo recorde mundial, com 11,16m, assegurou o ouro, e “empurrou" Garrah Tnaiash para a prata.

Portugal conseguiu assim a primeira medalha nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, nos quais está representado por 33 atletas, que competem em oito modalidades.

Miguel Monteiro feliz com o bronze, mas assume que “queria mais"

Miguel Monteiro mostrou-se satisfeito com a conquista da medalha de bronze, mas admitiu que “esperava fazer uma marca melhor”. “Claro que esperava fazer melhor marca, foi para isso que trabalhámos, de qualquer forma foi uma medalha paralímpica, um bronze”, disse o atleta.

O português considerou que a competição “está com a fasquia muito elevada” e acrescentou: “Estamos todos cada vez melhor, hoje não saiu a marca que perspectivava, mas sairá um dia destes”.

“Sabia que o russo e o iraquiano, apesar de não terem marca este ano, estavam preparados para a prova”, afirmou o actual campeão europeu.

Depois de entrar no concurso com um lançamento a 10,45m, Miguel Monteiro marcou, de seguida, dois nulos que podem ter influenciado a prestação, admitiu.

“Foi um bocado frustrante saírem aqueles dois nulos, no segundo e terceiro lançamentos, que depois influenciaram. O quarto (10,37) já foi mais seguro, mas a prova é assim. Não vale a pena olhar para isso. Tentei divertir-me prova e usufruir ao máximo”, afirmou.

O atleta português admitiu que depois de ter percebido que o bronze estava assegurado, arriscou tudo para conseguir chegar a um lugar mais alto do pódio.

“Quando vi que era certo o terceiro lugar, tentei arriscar tudo para conseguir uma melhor marca, não foi possível, fica para a próxima”, disse Miguel Monteiro.

Aos 20 anos, Miguel Monteiro olha para o futuro com esperança e empenhado em continuar a trabalhar: “Enquanto a saúde o permitir vamos continuar a trabalhar para atingir Jogos Paralímpicos, Mundiais, Europeus, com as melhores marcas possíveis”.

Esta foi a 93.ª medalha para Portugal, 54.ª para o atletismo, em 11 participações em Jogos Paralímpicos.

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