Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez investigam os homicídios lá do prédio

Homícidos ao Domicílio é uma nova série que chega a Portugal via Disney+

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Selena Gomez, Martin Short e Steve Martin investigam os homicídios que acontecem lá no prédio e fazem um podcast sobre isso

Nova Iorque. Num prédio antigo, com moradores com dinheiro, há três residentes solitários. Dois são de alguma idade: um actor de televisão acabado, que teve um êxito há muitos anos, e um encenador da Broadway na mó de baixo depois de vários fracassos retumbantes. A outra é uma jovem misteriosa que não se sabe muito bem como é que consegue lá viver. Quando um vizinho morre, os três juntam-se após perceberem que são todos grandes fãs de podcasts sobre crimes da vida real e fazem o seu próprio podcast em que investigam as circunstâncias do óbito. Os homicídios que investigam são todos no próprio prédio, não querendo sair muito do edifício para a investigação. 

É esta a premissa de Only Murders in the Building (Homicídios ao Domicílio, em português), série co-criada e protagonizada por Steve Martin, no papel do actor, com Martin Short, uma escolha natural, com quem Martin trabalha há mais de 35 anos, e Selena Gomez, uma carta fora do baralho, a actriz e cantora que fez carreira na Disney mas também escolhas interessantes em adulta (como participar em filmes de Harmony Korine ou Jim Jarmusch). O início de carreira dos três actores fez-se na televisão, mas Martin sempre trabalhou mais como argumentista e nunca sequer tinha tido um papel recorrente em séries.

A série, gravada durante a pandemia e um original do serviço de streaming Hulu, estreia-se mundialmente esta terça-feira, com dois episódios a serem disponibilizados. Por cá chega via Star, uma secção do Disney+. John Hoffman, o co-criador, falou com jornalistas numa mesa redonda este mês. A parte do mistério da série, confessa, é em parte inspirada na sua própria vida: no ano anterior ao início do trabalho na série, teve um amigo que morreu em circunstâncias estranhas e passou largos meses a tentar perceber o que tinha acontecido.

Hoffman tinha trabalhado em séries como Grace e Frankie, que também lida com pessoas mais velhas e tem uma lenda da comédia, Lily Tomlin, no centro. “Só trabalho com lendas mais velhas”, diz, a brincar. Queria, conta, “satisfazer a incrível harmonia cómica” que há entre os dois colossos da comédia que encabeçam a série, mas também foi descobrindo novas facetas deles, como a “inteligência calma e silenciosa” de Martin e “o ser humano” que há por detrás do exagero narcisista das personagens interpretadas por Short. Gomez tem o seu próprio estilo e “talentos cómicos”, como “uma honestidade e autenticidade”, que rapidamente se integraram, assegura, na cumplicidade entre “os dois génios”.

É um mistério com drama e comédia. “É como Nova Iorque, anda-se dez quarteirões e há umas cinco mudanças tonais”, resume o co-criador. A sua parte favorita, afirma, é a componente de sátira do mundo do espectáculo, algo em que Martin, o argumentista e co-protagonista de Bowfinger, e Short, o criador da personagem Jiminy Glick têm vasta experiência, bem como os momentos de “teatralidade” em que a imaginação das personagens é demonstrada. De qualquer maneira, Martin e Short continuam uma dupla imbatível, e Gomez vai bem com eles.

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