Ferguson terá sido preponderante no regresso de Ronaldo a Old Trafford

Foram vários os intervenientes no processo que resultou na contratação do avançado português. Um jogador que levará a Old Trafford muito mais do que rendimento desportivo.

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EPA/FRANCK ROBICHON

Meia-dúzia de horas bastaram para que os adeptos do Manchester United desligassem o botão de pânico e abrissem as garrafas de espumante. Foi num curto período temporal que a direcção dos “red devils” pôs em marcha a operação que redundou no regresso de Cristiano Ronaldo a Old Trafford. Um regresso para o qual terá contribuído também a intervenção de Alex Ferguson.

O antigo e multititulado treinador do United, uma referência incontornável na ascensão de Cristiano à condição de estrela planetária, ter-se-á mantido em contacto com o avançado português ao longo dos últimos dias. Uma espécie de operação de charme, que Rio Ferdinand, antigo central dos “red devils” e amigo de Ronaldo, entende que foi determinante para fechar o negócio.

“Sir Alex Ferguson teve uma influência enorme no regresso de Ronaldo. Eles têm uma ligação especial e poucos jogadores têm isso com os seus treinadores, pelo que não existia a hipótese de Ronaldo regressar a Inglaterra sem falar primeiro com Sir Alex Ferguson. É tão simples quanto isso”, explicou e antigo jogador do United, no seu canal do Youtube.

A ligação entre Ferguson e Ronaldo tem perdurado ao longo dos anos e o internacional português continua a falar com respeito e admiração (alguma reverência, até) de um mentor que o conduziu ao estrelato. E quando começaram a soar os alarmes de que poderia rumar ao outro lado da cidade, para se juntar à armada do City, o United mobilizou todos os recursos para convencer o goleador português.

Desde Ferguson a antigos companheiros de Ronaldo no clube, passando pelo director técnico Darren Fletcher, segundo a BBC foram vários os intervenientes no processo. Outro deles terá sido o próprio Bruno Fernandes, um dos primeiros a exultar com a confirmação da contratação, instantes depois do anúncio do clube.

Um exemplo para talentos emergentes

Para além daquilo que Cristiano Ronaldo pode oferecer ao United em matéria de rendimento desportivo (na época passada, superou em Itália o belga Romelu Lukaku na lista de goleadores), há toda uma outra dimensão que torna esta transferência altamente interessante para o emblema de Manchester.

Do ponto de vista mediático, é inequívoco que Old Trafford ganhará um impulso significativo com a chegada de Cristiano, um dos mais populares desportistas do mundo. E o mesmo poderá dizer-se no plano do merchandising, sendo as camisolas do astro português um best-seller permanente, por onde quer que passe.

Para além disso, o simples facto de conseguir fechar esta operação recoloca o Manchester United no topo da cadeia de poder europeu. Se, do ponto de vista desportivo, o clube tem ficado muito aquém do que alcançou na era Alex Ferguson, a capacidade de atrair os maiores talentos também parece ter sofrido alguma erosão nos últimos anos. Este negócio quebra, de certa forma, essa lógica de pensamento.

Com Raphael Varane e Jadon Sancho também assegurados como reforços, o clube parece mais activo do que seria expectável neste defeso. E mais atractivo também, sem que a chegada de um jogador com 36 anos mine, necessariamente, o plano de projectar uma equipa para o futuro. A mescla de experiência e juventude/irreverência é apreciada pela direcção do United e Cristiano desempenhará, também nesse domínio, um papel de relevo.

A preparação do futuro passará também pela relação de Cristiano com os mais jovens talentos do balneário. Mason Greenwood, Marcus Rashford ou Jadon Sancho, só para citar os jogadores de perfil mais ofensivo, beneficiarão de um contacto diário com um jogador consagrado, cujas rotinas de trabalho são elogiadas em todos os balneários pelos quais tem passado. E esse aspecto também não terá sido descurado.

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