Irmãos incendiários usavam a mesma bicicleta para atear fogos

Polícia Judiciária anunciou a detenção de mais quatro suspeitos de fogo posto, um dos quais pirómano.

Foto
LUSA/LUÍS FORRA

A Polícia Judiciária deteve dois irmãos do concelho de Águeda por suspeitas de fogo posto. Ao que foi apurado, não actuavam em simultâneo, mas de forma alternada, revezando-se no uso da mesma bicicleta para atear os incêndios.

Com 44 anos, o homem mais novo terá provocado cinco incêndios durante este mês na freguesia de Macinhata do Vouga, o último dos quais no passado dia 22. Ficou em prisão preventiva, ao contrário do irmão mais velho, com 48 anos, ao qual a Polícia Judiciária assaca três crimes de fogo posto entre Junho e finais de Julho. “Foram prontamente combatidos e extintos, o que impediu que destruíssem ampla área florestal”, detalha um comunicado da PJ. O caso está a cargo do departamento de investigação criminal de Aveiro.

A mesma polícia anunciou esta sexta-feira outras duas detenções pelo mesmo tipo de delito. Uma delas ocorreu a meio deste mês numa zona rural de Oliveira do Bairro e o suspeito, um trabalhador da metalurgia, será pirómano: mostrou-se fascinado pelo fogo e não deu qualquer explicação racional para o seu acto, tendo sido ele próprio a dar o alerta para as chamas, que ateou com um isqueiro. Há indícios de que terá estado na origem de mais um fogo, desta vez no concelho de Águeda.

No terceiro caso trata-se de um trabalhador da construção civil de 46 anos suspeito de ser o autor de pelo menos um incêndio numa freguesia de Ponte de Lima a 23 de Agosto, pondo em risco uma mancha florestal de 340 hectares, que só não ardeu graças ao alerta de uma testemunha, que chamou os bombeiros.

Dados recolhidos até esta sexta-feira pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas dão conta de que arderam este ano até agora 25.457 hectares em espaços rurais, num total de 6459 ocorrências. É bastante menos que no ano passado: por esta altura as chamas já tinham devastado uma área estimada em 38.650 hectares.

A maior parte das ocorrências até meados de Julho passado foi desencadeada por queimadas feitas para fins agrícolas e para pastoreio. 

Sugerir correcção
Ler 4 comentários