Qual o papel das autarquias no combate à diabetes?

Gostaríamos de ver refletido nos programas eleitorais esta visão de coresponsabilização na luta contra a diabetes bem como a proposta de iniciativas que no domínio autárquico promovam melhores resultados de saúde para todos os munícipes.

Inicia-se no próximo mês de Setembro a campanha eleitoral para as autarquias. É uma oportunidade para discutir as mudanças necessárias no campo da luta contra a diabetes, nomeadamente para que as câmaras e as freguesias assumam a sua responsabilidade nesta luta. Neste contexto, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) apela à necessidade urgente do apoio às pessoas com diabetes, seus familiares e cuidadores.

Gostaríamos de ver refletido nos programas eleitorais esta visão de coresponsabilização na luta contra a diabetes bem como a proposta de iniciativas que no domínio autárquico promovam melhores resultados de saúde para todos os munícipes. Estaremos disponíveis para divulgar através dos nossos canais estas iniciativas, ampliando a cidadania participativa das pessoas com diabetes e seus familiares.

O mais recente relatório da OCDE sobre a saúde indica que Portugal é o segundo país da Europa, apenas atrás da Alemanha, com maior taxa de prevalência da diabetes, com o diagnóstico diário em média de 200 novos casos. A diabetes afetará cerca de 15% dos portugueses e 25% estarão em risco de a desenvolver. Sabendo que a diabetes tem um enorme impacto nas famílias, dois terços da sociedade portuguesa estão atingidos pela diabetes.

Considerando que o combate a esta pandemia não pode ficar para trás, tal com o afirmou a Organização Mundial de Saúde no início deste ano, todos não seremos demais para o levar a cabo. É necessário acabar com a visão de que a diabetes é uma doença de responsabilidade pessoal, sem considerar a sua complexidade, a influência da genética, dos ambientes promotores de obesidade e o impacto das desigualdades sociais.

Neste sentido consideramos fundamental:

- envolver as autarquias, câmaras municipais e juntas de freguesia, no combate a uma doença que é responsabilidade de todos e de todas;

- estruturar medidas de combate aos determinantes da diabetes: vulnerabilidade social, políticas de transportes públicos, espaços para a atividade física, regulação e aconselhamento alimentar, diminuição do isolamento e solidão, apoio ao envelhecimento ativo, entre outras medidas com impacto no estilo de vida das populações;

- reforçar a prevenção com programas de diagnóstico precoce, e educação das pessoas em risco;

- desenvolver estruturas de proximidade que funcionem em articulação com as autarquias, os serviços de saúde e as associações de doentes.

Neste processo de combate à diabetes as autarquias são fundamentais e podem contar com a APDP e a sua equipa multidisciplinar que sempre esteve e estará totalmente disponível para colaborar no desenvolvimento destas medidas e de políticas públicas centradas nas necessidades das pessoas com diabetes.

Os autores escrevem segundo o novo acordo ortográfico

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