Líder do grupo de extrema-direita Proud Boys condenado a 155 dias de prisão

Enrique Tarrio foi condenado pelos casos relacionados com o roubo e a destruição de propriedade e um crime relacionado com a posse ilegal de armas.

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Enrique Tarrio foi detido a 4 de Janeiro, na véspera da invasão do Capitólio GAMAL DIAB/EPA

O líder do grupo de extrema-direita Proud Boys, Enrique Tarrio, foi condenado a 155 dias de prisão por roubar de uma igreja e queimar, como o próprio reconheceu, uma bandeira com o slogan do movimento Black Lives Matter (BLM), e pela posse ilegal de armas, crimes que levaram à sua detenção em Janeiro.

“Tarrio ultrapassou intencionalmente e com orgulho a linha de um protesto e reunião pacífica para [realizar] uma conduta perigosa e potencialmente criminal e violenta”, disse o juiz Harold Cushenberry na segunda-feira, acrescentando que Tarrio “traiu” os valores democráticos.

Num comunicado, o Departamento da Justiça norte-americano informou que Tarrio, cubano-americano de 37 anos, foi condenado por dois casos relacionados com a destruição de propriedade e um crime relacionado com a posse ilegal de armas. O juiz afirmou ainda que a manifestação de arrependimento e os seus comentários em como não se apercebera da sua conduta “não foram credíveis”, apesar de se ter declarado culpado no mês passado.

Enrique Tarrio foi detido a 4 de Janeiro em Washington D.C., dois dias antes da manifestação de apoiantes do antigo Presidente norte-americano, Donald Trump, que culminou na invasão do Capitólio. Foi detido por roubar de uma igreja uma bandeira do movimento BLM e queimá-la em Dezembro de 2020. Aquando da detenção, os agentes policiais encontraram carregadores de munições ilegais, o que também lhe valeu uma acusação.

Não participou na invasão ao Capitólio, mas outros membros do grupo extremista foram detidos e cerca de três dezenas de membros do Proud Boys foram acusados na sequência da investigação sobre o assalto.

O grupo ganhou um especial relevo durante os debates presidenciais quando Trump, que já insistia nas teorias de fraude eleitoral, lhe agradeceu o apoio e recomendou que se mantivesse “a postos” após as eleições. Posteriormente condenou o grupo publicamente e justificou os seus comentários como um lapso. 

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