Com aumento de 1,6%, economia alemã cresce acima do esperado

Melhoria no consumo e despesa pública sustentaram crescimento do PIB do primeiro para o segundo trimestre.

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O consumo na Alemanha aumentou com a retirada de restrições impostas durante a pandemia EPA/FILIP SINGER

Com o levantamento de algumas restrições sanitárias na Alemanha, a maior economia da zona euro cresceu 1,6% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, registando um desempenho superior ao esperado, mostram dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Federal de Estatística (Destatis).

O instituto reviu em alta a estimativa de variação do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre em relação aos dados divulgados a 30 de Julho (apontando para um crescimento de 1,6%, em vez dos 1,5% projectados nessa altura). A melhoria deve-se à evolução do consumo privado e da despesa pública, nota a Reuters.

Depois de uma quebra de 2% no primeiro trimestre, “a economia alemã recuperou no segundo trimestre”, refere o instituto alemão. 

Face ao segundo trimestre de 2020, período que coincidiu com a primeira vaga da pandemia de covid-19, a variação do PIB é de 9,4% (dados ajustados dos efeitos de calendário, preços e de sazonalidade).

No entanto, quando se olha para o período anterior à pandemia – o quarto trimestre de 2019 –, o desempenho continua ainda abaixo do patamar que então se registava. Nos meses de Abril a Junho deste ano, a maior economia da zona euro encontrava-se com a economia a um nível “3,3% mais baixo” do que no período de Outubro a Dezembro de 2019.

Ao mesmo tempo, se for tido em conta a variação de 1,5% (a estimativa anterior à agora divulgada), o desempenho da maior economia do euro é ainda inferior à média dos 19 países que partilham a moeda única.

O Destatis sublinha que com a retirada das “restrições impostas durante a pandemia” do novo coronavírus, “a despesa de consumo final no segundo trimestre de 2021 foi acentuadamente superior em relação ao início do ano”, tendo aumentado 3,2% em relação aos meses de Janeiro a Março.

Ao mesmo tempo, a despesa pública cresceu 1,8% e o investimento empresarial (a formação bruta de capital fixo) “também foi ligeiramente mais elevada do que no início do ano”. O instituto estatístico alemão refere que tanto o investimento em máquinas e equipamentos como o investimento na construção aumentaram 0,3%.

No comércio externo registou-se igualmente uma melhoria, apesar do desempenho tímido, com as exportações alemãs (de bens e serviços) a crescerem 0,5% em relação ao primeiro trimestre e as importações a subirem 2,1% (a Alemanha foi, no ano passado, o terceiro mercado das exportações portugueses, sendo o segundo país a quem Portugal mais importa).

O instituto alemão indica que o Valor Acrescentado Bruto (valor numa actividade produtiva antes da dedução do consumo de capital fixo) aumentou de forma acentuada nos serviços públicos, na educação e saúde (3,8%), e de forma mais moderada no comércio, transportes, alojamento e serviços alimentares (1,1%), tendo registado uma subida mais ligeira na construção (0,1%) em comparação com o primeiro trimestre de 2021. Em sentido contrário, caiu 1,3% na indústria transformadora, refere o Destatis.

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