Covid-19: estudo do Insa sugere menor eficácia das vacinas ARNm contra variante Delta

Os infectados com a variante Delta apresentaram, em média, valores de carga viral mais elevados, o que poderá significar uma maior transmissibilidade.

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Moderna e Pfizer: estima-se que a eficácia do esquema vacinal completo, que era de 70% a 90% para a variante Alfa, desça para 41% a 80% face à Delta EPA/Bagus Indahono

Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) sugere que as vacinas de tecnologia ARNm (Pfizer e Moderna) são menos eficazes a prevenir a infecção pela variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2, comparativamente com a variante Alfa.

Na investigação, que está em pré-publicação e ainda não foi sujeita a revisão por pares científicos, conclui-se que há “probabilidade significativamente superior de infecção pela variante Delta em pessoas vacinadas”, sensivelmente “o dobro do risco de infecção pela variante Alfa”.

Esta tendência na eficácia das vacinas ARNm face à variante predominante em Portugal é igual em pessoas com uma dose ou com as duas doses do esquema completo, assinala o INSA em comunicado, indicando que o estudo epidemiológico analisou cerca de 2000 casos positivos de infecção.

“De acordo com os resultados obtidos, observou-se que os infectados com a variante Delta apresentaram, em média, valores de carga viral mais elevados, o que poderá significar uma maior transmissibilidade”, nota o Insa.

Estima-se que a eficácia do esquema vacinal completo, que era de 70% a 90% para a variante Alfa, desça para 41% a 80% face à Delta.

Na situação de uma toma, a eficácia de 55% a 70% face à Alfa passará para entre 24% a 49%, sugerem os resultados do estudo do Insa.

Outro dos resultados principais do estudo indica que as pessoas com duas tomas de vacina têm “menor carga viral e potencialmente menor transmissibilidade do que os indivíduos não vacinados” em relação a ambas as variantes do SARS-CoV-2.

No caso específico da Delta, a transmissibilidade é equivalente quer se tenha apenas uma toma ou ambas.

O estudo foi realizado entre Maio e Julho deste ano, quando a variante Delta se tornou predominante em Portugal.

A serem validadas, “estas conclusões estão de acordo com os estudos internacionais que avaliaram a efectividade das vacinas covid-19 contra a variante Delta”, salienta o Instituto.

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