Navio Ever Given passou o Canal do Suez, desta vez com sucesso

O porta-contentores que bloqueou o Canal do Suez em Março fez na sexta-feira uma passagem incólume, na primeira viagem oficial do navio com rumo à Ásia.

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O Ever Given cruzou oficialmente o Canal do Suez na sexta-feira Reuters/SUEZ CANAL AUTHORITY
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O navio de contentores Ever Given passou esta sexta-feira o Canal do Suez, no Egipto, sem dificuldade, em direcção à Ásia, segundo anunciou a Autoridade do Canal do Suez (SCA), citada pela agência francesa AFP. Esta foi a primeira vez que o navio cruzou oficialmente o canal depois de ter bloqueado a passagem, em Março, durante quase uma semana.

Após uma descarga no Reino Unido, o navio tem agora como destino a China. “O navio de contentores gigante Ever Given cruzou com sucesso a foz norte do canal”, disse o presidente da SCA, Osama Rabie, acrescentando que a passagem foi supervisionada pelas autoridades e acompanhada por dois rebocadores.

A 23 de Março, o porta-contentores ficou encalhado no Canal do Suez, bloqueando uma artéria fundamental do transporte marítimo por onde passa mais de 10% do comércio mundial. Centenas de navios ficaram impedidos de passar, gerando prejuízos de milhões e perturbando cadeias de fornecimento globais.

A embarcação de cerca de 219 mil toneladas e 400 metros foi libertada seis dias depois, mas permaneceu retida durante as investigações do incidente no Grande Lago Amargo, com os 17.600 contentores e a tripulação que seguia a bordo. Só após três meses, a 7 de Julho, foi autorizada a levantar a âncora, depois de assinadas as compensações legais de milhões de dólares às autoridades egípcias. 

Na altura, Rabie considerou o acordo entre a SCA e os proprietários do Ever Given “justo”, permitindo a saída em direcção a Roterdão, nos Países Baixos, e depois para Felixstowe, no Reino Unido — com escolta de dois barcos rebocadores e a orientação de dois pilotos experientes até atravessar o canal.

Inicialmente, a Autoridade do Canal do Suez pediu uma indemnização de 916 milhões de dólares, que incluía 300 milhões de dólares para compensar os prejuízos na reputação. Desceram depois o valor para 550 milhões de dólares, mas não se sabe o valor exacto que foi acordado entre as duas partes e que deu luz verde à saída do navio. 

Enquanto decorriam os trabalhos para libertar o navio, as autoridades egípcias apresentaram uma proposta para voltar a alargar o canal — onde passa cerca de 15% no tráfico marítimo comercial mundial —, uma importante fonte de lucro para o país. Para as autoridades egípcias, o incidente tornou “claro o quão importante é o Canal do Suez para o mundo inteiro”, segundo o piloto-chefe da SCA, Farid Roushdy, citado pelo Washington Post na altura.

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