Autocarros da Carris Metropolitana começam a circular em Julho de 2022

Tribunal de Contas deu luz verde aos contratos de serviço público de transporte rodoviário que vão pôr novas rotas e novos autocarros a circular pela Grande Lisboa. Empresas vencedoras do concurso público lançado terão dez meses para prepararem a nova frota.

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Andreia Gomes Carvalho

A cumprirem-se as expectativas, a partir de Julho do próximo ano uma frota de autocarros renovados começará a circular nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Segundo informou a AML esta quinta-feira, o Tribunal de Contas deu luz verde à entrada em vigor dos contratos de serviço público de transporte rodoviário. Será uma mudança grande para quem habitualmente se desloca de autocarro pela Grande Lisboa. Os novos veículos serão bem mais recentes e vão circular sob a marca única Carris Metropolitana. Serão, por isso, todos iguais, amarelos, o que obrigará os passageiros a um período de adaptação.

A emissão do visto prévio pelo Tribunal de Contas é mais um passo num processo que se iniciou em Fevereiro de 2019, quando a AML lançou um concurso público internacional no valor de 1,2 mil milhões de euros — um dos maiores em Portugal — com vista a melhorar o serviço de transporte público rodoviário nos seus 18 municípios onde vivem cerca de 2,7 milhões de pessoas. Este valor servirá para assegurar a operação por pelo menos sete anos.

O território foi então dividido em quatro lotes, com dimensões distintas, nos quais foi revisto o mapa de rede. Foram desenhadas novas carreiras, outras foram reformuladas. Com estas alterações, o lote que será mais beneficiado será o formado pelos concelhos de Setúbal, Moita, Palmela, Montijo e Alcochete, por ser também a zona onde a oferta é mais deficitária. 

Segundo a AML, com esta operação, a oferta do transporte rodoviário será reforçada em 40% face ao período pré-pandemia, tanto com novos horários como com novas linhas. A circular nas ruas estarão cerca de 1900 autocarros para fazer o serviço de 580 carreiras. Estes serão “mais modernos, mais eficientes e ambientalmente mais sustentáveis”, fazendo diminuir a idade média da frota actual de 15 anos para menos de um ano. 

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“As melhorias a implementar terão ainda em consideração uma integração tecnológica e um planeamento e ajustamento do serviço às necessidades existentes, a promoção da pontualidade, regularidade, confiabilidade do sistema e uma maior simplificação das redes e serviços a prestar”, nota ainda a AML em comunicado. 

Apesar das mudanças previstas, o serviço público de transporte rodoviário será, em grande parte, prestado pelos mesmos operadores que já hoje circulam. A Scotturb vai assegurar o serviço nos concelhos de Cascais, Oeiras, Sintra e Amadora; a Rodoviária de Lisboa (RL) em Odivelas, Loures, Mafra e Vila Franca de Xira; a Transportes Sul do Tejo (TST) em Almada, Seixal, Barreiro e Sesimbra. A excepção será o consórcio formado pela Nex Continental Holding e pela Alsa, que entra agora no país, que assegurará o serviço nos concelhos de Setúbal, Moita, Palmela, Montijo e Alcochete. 

A gestão do serviço público de transporte rodoviário está agora nas mãos da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), criada no ano passado, e que é detida a 100% pela AML. A TML integrou também a Operadores de Transportes da Região de Lisboa (OTLIS), que era responsável pela gestão do sistema de bilhética Grande Lisboa, estando assim prevista outra mudança: o cartão Lisboa Viva será substituído pelo Navegante. 

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