Quatro medalhas e 22 diplomas: eis a ambição de Portugal para os Jogos Paralímpicos

Comitiva portuguesa, que vai marcar presença em Tóquio, conta com 33 atletas, alguns deles em estreia e outros com o título de campeão europeu e de recordista mundial.

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Comitiva portuguesa conta com 33 atletas, distribuídos por oito modalidades Facebook Comité Paralímpico de Portugal

Foi na segunda-feira que a Missão Portuguesa aos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 chegou ao Japão, para participar na competição que irá decorrer de 24 de Agosto a 5 de Setembro. A comitiva nacional conta com 33 atletas distribuídos por oito modalidades - atletismo, badminton, boccia, canoagem, ciclismo, equestre, judo e natação - e revela algumas cautelas na definição de objectivos.

Os atletas portugueses estão com “muita esperança”, mas conscientes de que a conquista de medalhas será “complicada”, sobretudo devido às dificuldades de preparação impostas pela pandemia de COVID-19, que, por exemplo, levou ao encerramento das instalações desportivas durante um período.

Quatro medalhas e 22 diplomas são a ambição para estes Jogos Paralímpicos, “mas é preciso lembrar que esses objectivos foram estabelecidos antes da pandemia”, referiu a chefe da missão portuguesa, Leila Marques, aos Jogos Tóquio 2020, à agência Lusa, destacando que o primeiro objectivo é “a conquista de recordes pessoais e nacionais”.

Leila Marques garante que apesar das dificuldades “inesperadas e que atingiram atletas de todo o mundo”, a comitiva está “confiante e com esperança” e realça a importância de Portugal chegar a Tóquio com uma comitiva renovada comparativamente aos Jogos do Rio 2016, com 17 estreantes e fazer a estreia nas modalidades de badminton e canoagem.

José Lourenço, presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), também assume “um sentimento de muita esperança em bons resultados, misturado com alguma preocupação motivada pelo impacto da pandemia na preparação” e destaca como um ponto importante deste ciclo a equiparação das bolsas e prémios dos atletas paralímpicos às dos olímpicos.

Os “estreantes” em Tóquio

Entre os 17 atletas que vão estar pela primeira vez em Jogos Paralímpicos, destaque para Beatriz Monteiro de apenas 15 anos e que fará a estreia portuguesa na modalidade de badminton, bem como Norberto Mourão, campeão europeu na sua classe, que juntamente com Alex Santos, marcará a estreia lusa na canoagem, e a nadadora Susana Veiga.

Beatriz Monteiro e Miguel Monteiro, campeão europeu e recordista mundial do lançamento do peso F40 (baixa estatura), serão os porta-estandarte de Portugal em Tóquio.

Para além de Miguel Monteiro, no atletismo - a modalidade com mais medalhas arrecadadas - vai ainda competir Manuel Mendes, medalha de bronze no Rio 2016, tendo ficado de fora destes Jogos, Luís Gonçalves, medalhado em Pequim2008 e Rio 2016, e Lenine Cunha, que subiu ao pódio em Londres 2012.

No boccia, a segunda modalidade com mais medalhas, há alguma renovação, mas mantém-se no grupo de dez atletas José Macedo (BC3), que conquistou bronze no Rio 2016, e parte da equipa de BC1/BC2, que também subiu ao terceiro lugar do pódio nos Jogos do Brasil.

Na natação, Portugal terá seis representantes, entre os quais David Grachat, que somará a quarta participação paralímpica, e Susana Veiga, campeã europeia e vice-campeã mundial dos 50 metros livres (S9).

O contrato-programa de preparação para os Jogos Tóquio2020 celebrado entre o Comité Paralímpico de Portugal e o Governo, tem um valor global de 6,1 milhões de euros, verba que supera em cerca de 3,1 milhões a verba disponibilizada para o Rio 2016.

Durante o ciclo paralímpico que agora termina, as bolas e o valor dos prémios atribuídos aos atletas paralímpicos foi equiparado ao dos atletas olímpicos.

De recordar que nos último Jogos Paralímpicos, no Rio Janeiro em 2016, a comitiva portuguesa arrecadou quatro medalhas de bronze, conquistadas no atletismo e no boccia.

Ao longo de 10 participações em Jogos Paralímpicos, nove das quais consecutivas, Portugal conquistou 92 medalhas em Jogos Paralímpicos, sendo o atletismo, com 53, o boccia, com 26, e a natação, com nove, as três modalidades com mais pódios.

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