Número de mortos causado pelas cheias na Turquia sobe para 70

Desde quarta-feira, quando veio a chuva forte que inundou as regiões do Norte da Turquia, mais de duas mil pessoas tiveram de fugir. Ainda estão desaparecidas 47 pessoas.

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Remoção de árvores, sinais de trânsito e outros objectos transportados pela água MEHMET CALISKAN/Reuters

As cheias que atingiram o Norte da Turquia na semana passada já provocaram a morte de pelo menos 70 pessoas, de acordo com um novo relatório divulgado esta segunda-feira pelas autoridades, que continuam à procura de dezenas de desaparecidos.

De acordo com a Autoridade de Gestão de Emergências e Desastres (AFAD), 47 pessoas estavam ainda desaparecidas após as inundações que aconteceram depois de fortes chuvas terem caído na quarta-feira nas províncias ao longo do mar Negro.

Na região, cerca de 2400 pessoas tiveram de fugir das suas habitações – muitas estão alojadas temporariamente em residências de estudantes.

No distrito de Bozkurt, na província da Kastamonu, uma das mais afectadas, as equipas de busca e salvamento revistaram durante o fim-de-semana os destroços de casas destruídas pelas correntes, com a lama a chegar até à cintura, observou um fotógrafo da agência francesa AFP.

Nesta segunda-feira, procedeu-se à remoção de pilhas de árvores, sinais de trânsito e outros objectos transportados pela água, auxiliadas por soldados com pás, segundo imagens transmitidas por canais de televisão turcos.

As previsões meteorológicas prevêem mais chuva forte para esta segunda-feira na região junto ao mar Negro, mantendo o alerta do risco de ocorrerem mais inundações a leste das zonas afectadas.

As cheias, as mais mortíferas que a Turquia enfrentou em décadas, aconteceram num momento em que o país estava a recuperar dos grandes incêndios que mataram oito pessoas e devastaram as áreas turísticas do Sul.

Para muitos especialistas, desastres naturais como os que sucedem neste país tendem a tornar-se mais frequentes e violentos devido ao aquecimento global causado pela actividade humana.

Vários políticos e associações aumentaram a pressão sobre o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para que este tomasse medidas radicais para reduzir as emissões de gases de estufa. A Turquia é um dos poucos países que não adoptou o acordo climático de Paris de 2015.

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