Schmigadoon!, a cidade que é um musical

A minissérie cómica da Apple TV+ com Cecily Strong e Keegan-Michael Key tem seis episódios passados numa estranha cidade onde não é incomum os habitantes começarem a cantar do nada.

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Cecily Strong e Keegan-Michael Key são recebidos com uma canção quando chegam à estranha cidade de Schmigadoon, da qual só podem sair acompanhados pelo seu verdadeiro amor DR

Melissa e Josh são dois médicos nova-iorquinos que foram acampar para tentarem salvar a sua relação. Perdem-se no meio do nada e, de repente, encontram um oásis: uma cidade colorida e acolhedora em que tudo parece perfeito. São recebidos com um número musical. Não demora muito até perceberem que a cidade, Schmigadoon, é um musical de Hollywood à antiga, com enfoque na época de ouro do género, entre os anos 1940 e 60.

Melissa, especialista em musicais, sabe muito sobre os clássicos nos quais a história se inspira (e há muitos: tanto o nome quanto a premissa de dois turistas nova-iorquinos encontrarem uma terra mágica vêm de Brigadoon, por exemplo) e usa constantes referências para decidir o que fazer para sair da cidade, o que pode não ser fácil. É que quem quiser deixar Schmigadoon só poderá fazê-lo acompanhado pelo seu verdadeiro amor. Os problemas a sério, pontuados por canções originais, começam quando, afinal, Melissa e Josh não conseguem sair juntos, tornando-se claro que não serão o verdadeiro amor um do outro.

É esta a premissa de Schmigadoon!, a minissérie cómica e musical da Apple TV+ que chegou na semana passada ao fim da sua primeira temporada de seis episódios. Uma criação de Cinco Paul, que é o responsável pelas canções, e Ken Daurio, dupla que escreveu sagas como Gru - O Maldisposto, é encabeçada por Cecily Strong, de Saturday Night Live, e Keegan-Michael Key, que era, em Key & Peele, o parceiro cómico de Jordan Peele antes de este ter praticamente deixado a representação para se dedicar à realização. Além dos protagonistas, o elenco inclui nomes da comédia ou dos palcos da Broadway, de Alan Cumming a Kristin Chenoweth ou de Ariana DeBose a Jaime Camil, com Fred Armisen, Jane Krakowski e Martin Short pelo meio.

É um empreendimento ambicioso, que nem sempre funciona, mas tem bastante piada e charme na forma como lida com o facto de a chegada destes dois estranhos afectar o aparente cenário idílico da estranha cidade que esconde, como quase sempre é o caso, segredos e intrigas. Vamos vendo o casal a ambientar-se à terra de onde não pode sair e também flashbacks da forma como a relação entre os dois foi evoluindo ao longo dos anos. Josh, por exemplo, tenta encontrar o verdadeiro amor entre as mulheres solteiras da terra, custe o que custar. Já Melissa procura arranjar trabalho para poder ficar, mas o sexismo do meio ultraconservador em que se encontram não a deixa ser médica por lá.

Pelo meio há pais que protegem as filhas menores com caçadeiras, há rebeldes sedutores, médicos e professoras, bem como um duende (Martin Short). A mulher do padre, interpretada por Chenoweth, não deixa o casal partilhar quarto por não serem casados e interfere em tudo o que são decisões pessoais dos habitantes da terra. O presidente da câmara (Alan Cumming), por sua vez, sente-se sozinho e vive uma relação muito pouco amorosa com a sua esposa, que fica frustrada com todos os problemas dos dois.

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