Número de mortos das cheias na Turquia sobe para 44

Operações de busca e resgate continuam na região afectada, no Norte do país, junto ao Mar Negro.

Foto
A cidade de Bozkurt foi duramente afectada pelas chuvas e cheias MEHMET CALISKAN/Reuters

O número de mortos nas cheias da Turquia subiu para 44, anunciaram as autoridades este sábado, quando muitos temem que o número aumente ainda mais. Várias famílias de pessoas que continuam desaparecidas acompanharam o trabalho das equipas de resgate que se concentravam em edifícios desmoronados na cidade de Bozkurt, no Norte, onde torrentes violentas e rápidas terão simplesmente destruído os alicerces de blocos de apartamentos.

Num dos edifícios pensava-se que estariam ainda dez pessoas, e perto, os familiares aguardavam notícias. “Nunca aconteceu nada assim. Não há electricidade. Os telemóveis não funcionaram. Não havia rede. Não se conseguia ter notícias de ninguém”, declarou Ilyas Kalabalik à Reuters.

“Não fazíamos ideia se a água estava a subir ou não, se tinha inundado o edifício ou não. Estávamos à espera, as nossas mulheres e filhos estavam em pânico. Quando amanheceu, vimos polícias. Levaram-nos do prédio e puseram-nos numa bomba de gasolina”, contou.

Kalabalik estava rodeado de residentes que estavam a perguntar uns aos outros se alguém tinha alguma notícia das pessoas desaparecidas. “Os filhos da minha tia estão aqui. A minha tia está desaparecida, o marido dela está desaparecido. Os seus netos gémeos estão desaparecidos. A mulher do gestor de construção está desaparecida assim como os seus dois filhos”, enumerou.

O distrito que inclui a cidade de Bozkurt, Kastamonu, foi o mais afectado, com 36 mortos, seguido de Sinop, onde morreram sete pessoas, e Bartin, onde houve uma vítima mortal, segundo os dados da autoridade de socorro a emergências (AFAD), citada pela Reuters.

O desastre segue-se aos incêndios que lavraram grandes partes do Sul da Turquia, e que as autoridades deram como controlados na quinta-feira, após duas semanas.

“Estávamos a trabalhar na nossa fábrica de têxteis, e a electricidade foi cortada. Depois soubemos que a barragem hidroeléctrica não tinha segurado as águas. Deixámos as fábricas a correr, temendo pela vida”, contou Emine Rencler, de 42 anos.

“A água inundou rapidamente toda a Bozkurt”, disse. “Pelo menos 60, 70 pessoas que conheço ainda estão desaparecidas: vizinhos, colegas, familiares… Temos tantas vítimas”.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários