Roglic tenta entrar na história da Vuelta

O esloveno quer tornar-se no terceiro ciclista a vencer a corrida espanhola, que começa neste sábado, três vezes consecutivas.

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Roglic entra na Vuelta à procura do terceiro triunfo Reuters/BENOIT TESSIER

A Vuelta arranca neste sábado, em Burgos e regressa ao seu formato tradicional de 21 etapas, depois de ter sido obrigada a disputar apenas 18 tiradas o ano passado por causa da pandemia. Mas este retorno à “normalidade” não é total. É que o pelotão desta Vuelta não passará por Madrid, o que sucede apenas pela segunda vez este século.

Quem pretende que a tradição se mantenha é Primoz Roglic, que venceu as duas últimas Vueltas depois de ter desiludido nas outras grandes Voltas da temporada. Este ano o esloveno vai tentar repetir a fórmula que se tem revelado mágica para ele e alcançar o terceiro triunfo consecutivo na Volta a Espanha em bicicleta, fazendo esquecer a sua dolorosa desistência do Tour deste ano.

O esloveno venceu a prova espanhola pela primeira vez em 2019, depois de ter visto Richard Carapaz roubar-lhe o Giro, e repetiu a vitória em 2020, poucas semanas depois de ter sucumbido ao poderio do seu compatriota Tadej Pogacar no Tour.

Este ano, as suas ambições na Volta a França caíram por terra após uma queda logo na terceira etapa, que acabaria por obrigá-lo à desistência da corrida alguns dias mais tarde. E a Vuelta, a última grande corrida por etapas da temporada, volta a surgir como a competição ideal para o esloveno de 31 anos, se redimir.

Roglic chega a esta Vuelta moralizado e em excelente forma pouco tempo depois de ter ganho a medalha de ouro da prova de contra-relógio dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, vencendo essa competição com uma diferença superior a um minuto em relação ao segundo classificado, o holandês Tom Dumoulin.

Por tudo isto, Roglic surge como o grande favorito para, já neste sábado, no contra-relógio individual de 7km, em Burgos, que marca o início da Vuelta, se posicionar nos primeiros lugares da classificação geral, até porque é um dos melhores especialistas da actualidade na luta contra o relógio.

Na montanha, a Jumbo-Visma, equipa de Roglic, levou para Espanha Sepp Kuss e Steven Kruijswijk, dois excelentes trepadores e cuja missão será a de ajudar Roglic a passar sem grandes dificuldades as tiradas mais sinuosas da corrida e assim tornar-se apenas no terceiro ciclista a alcançar três vitórias consecutivas na Vuelta, juntando-se a Roberto Heras e Tony Rominger.

O principal adversário do esloveno deverá ser o colombiano Egan Bernal, vencedor do Tour de 2019 e que já esta temporada ganhou o Giro, depois de uma paragem mais ou menos prolongada devido a uma lesão nas costas.

Bernal integra uma equipa de luxo da Ineos e que inclui ainda o campeão olímpico de estrada, Richard Carapaz (o equatoriano revelou que vai utilizar uma bicicleta pintada de dourado como forma de celebrar o ouro ganho em Tóquio), o vencedor da Volta à Catalunha, Adam Yates, para além de Tom Pidcock, campeão olímpico de “cross country” que fará a sua estreia numa grande Volta.

Para os espanhóis, a principal esperança no triunfo de um corredor da “casa”, algo que já não sucede desde a vitória de Alberto Contador em 2014, reside em Mikel Landa, chefe-de-fila da equipa Bahrain, que tem a seu lado Damiano Caruso, segundo classificado do Giro, juntamente com Jack Haig e Wout Poels.

Na Movistar, surgem mais dois nomes a ter em conta: o veterano Alejandro Valverde e Enric Mas, que foi sexto no Tour deste ano, para além do colombiano Miguel Angel Lopez.

No caso dos portugueses, Nelson Oliveira vai participar pela 15.ª vez numa grande Volta e terá como principal missão trabalhar para os líderes da Movistar, podendo ter liberdade para tentar entrar numa fuga.

Pelo segundo ano consecutivo, Rui Oliveira foi escolhido pela UAE Emirates para participar na Vuelta, completando o lote de portugueses que vão participar na corrida.

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