Câmara do Funchal abateu todas as árvores do Largo da Fonte, para evitar novos acidentes

No largo onde, em 2017, a queda de um carvalho provocou a morte de 13 pessoas e dezenas de feridos, já foram cortadas nos últimos dias 16 árvores, sendo 15 plátanos, e um castanheiro.

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A 15 de Agosto de 2017, a queda de uma árvore matou 13 pessoas e fez dezenas de feridos DUARTE SÁ/Reuters

A Câmara do Funchal abateu todas as árvores do Largo da Fonte, na freguesia do Monte, onde um galho de grande porte caiu no início do mês, quatro anos após a queda de um carvalho ter provocado 13 mortos. “Já foram cortadas 16 árvores, sendo 15 plátanos, aqui no Largo da Fonte, e um castanheiro, que está a ser removido da encosta [adjacente]”, indicou esta sexta-feira presidente da autarquia, Miguel Silva Gouveia, em conferência de imprensa no local.

O autarca disse que os trabalhos, coordenados pela Protecção Civil Municipal e pelos Bombeiros Sapadores do Funchal, tiveram início em 2 de Agosto e vão prolongar-se ainda até à próxima semana, pelo que o Largo da Fonte vai estar encerrado no domingo, dia em que se celebra a festa de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Madeira. “Alguns galhos que foram retirados tinham um peso superior a três toneladas”, explicou, sublinhando que, a partir de agora, “as pessoas podem olhar para o Largo da Fonte com segurança”. Miguel Silva Gouveia acrescentou que vão ser removidos mais três plátanos dos terrenos adjacentes.

O autarca, da coligação Confiança (PS/BE/PDR/Nós, Cidadãos!), indicou também que decorre um inquérito interno para apurar “o que falhou” em relação aos estudos de peritos regionais, nacionais e internacionais realizados após a queda do carvalho, em 2017, e que apontavam para a segurança das restantes árvores. “Tivemos muito tempo a analisar estas árvores, a procurar manter o património arbóreo, mas, acima de tudo, quando nos é dado a escolher, temos sempre de colocar em primeiro lugar a segurança das pessoas, a vida humana”, afirmou, reforçando ser isso que está a ser feito.

De acordo com Miguel Silva Gouveia, a autarquia actuou sempre sustentada nos relatórios técnicos até ao dia 1 de Agosto deste ano, quando um galho de grandes dimensões voltou a cair no Largo da Fonte, sem, contudo, provocar danos humanos. “A partir do momento em que há uma situação que aponta para uma insegurança, um sentimento de insegurança generalizado, tivemos de tomar outra perspectiva e devolver a segurança, ou a percepção de segurança, a todos os madeirenses e todos aqueles que nos visitam”, declarou.

A Câmara Municipal do Funchal vai, agora, promover um projecto de requalificação paisagística do Largo da Fonte, local histórico e icónico do Funchal, muito visitado por madeirenses e turistas, onde será também edificado um monumento em memória das vítimas do acidente de 15 de Agosto de 2017. Nesse dia, um carvalho de grande porte, com cerca de 150 anos, tombou de um terreno adjacente sobre uma multidão que aguardava a passagem da procissão de Nossa Senhora do Monte, provocando 13 mortos e dezenas de feridos.

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