Arquitectura

Em Sintra, entre a serra e o mar, duas casas de bonecreiros tornaram-se uma só

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Em Sintra, num misto de campo e de mar, encontramos o Bairro dos Bonecreiros, originalmente construído para acomodar uma pequena comunidade de artesãos de bonecos. Projectado com uma tipologia de cooperativa, composta por grupos de duas casas conectadas por pequenos pátios, a intervenção da Casa dos Bonecreiros propôs uma renovação de duas das casas existentes, com o objectivo de preservar "a integridade da tipologia original".

Em entrevista ao P3, Diogo Figueiredo, do atelier REDO Architects, explica como todos os desafios se tornaram oportunidades. As duas casas estavam "praticamente abandonadas" e precisavam de uma remodelação centrada na "relação entre a ‘pele’ exterior existente e a nova vida da ‘pele’ interior". Embora as paredes exteriores tenham sido mantidas, o interior foi reinventado, explorando "a temática da cenografia dos bonecreiros".

Em semelhança aos cenários "de dentro para fora" criados por estes artesãos de bonecos, a renovação da casa propunha colocar as actividades diárias "no centro de cada espaço, como uma espécie de palco", explica o arquitecto. "As casas são estreitas" e, segundo Diogo Figueiredo, a renovação da habitação consistiu "num exercício geométrico". Entre os espaços, as aberturas "quase rasgadas pelos elementos em madeira" estão "praticamente alinhadas para se ver a profundidade de toda a casa".

Em baixo, no piso térreo, estão as zonas sociais e no piso de cima, mesmo no topo das escadas, o espaço de leitura e as zonas de descanso. Em termos de materiais, como mostram as fotografias assinadas por do mal o menos, "optou-se sobretudo por materiais regionais", como a pedra de lioz e a madeira, presente nas escadas e as estantes, as responsáveis por ajudar a configurar as actividades de cada uma das divisões.

A Casa dos Bonecreiros mantém "a identidade do próprio bairro". É uma habitação privada, de 215 metros quadrados, e cada um dos espaços "tem uma identidade própria, "expressa nas paredes, nos tectos ou no pavimento: "É um projecto resultante do diálogo de duas ‘peles’ capazes de criar zonas secundárias, intermediários e auxiliares em toda a casa, numa espécie de bastidores de um palco."

Texto editado por Amanda Ribeiro

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