Fugir para o arame farpado

Oito décadas depois de ter sido escrito, o manuscrito foi descoberto na Biblioteca Nacional Alemã, e publicado em 2018. O Passageiro é um antídoto contra a indiferença, também a do nosso tempo.

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O Passageiro foi febrilmente escrito em quatro semanas, logo após as primeiras ondas de violência contra os judeus em todo o Reich DR

O escritor alemão Ulrich Alexander Boschwitz morreu a 29 de Outubro de 1942, quando o navio de passageiros em que seguia, fretado pelo governo britânico, foi atingido e afundado por um torpedo lançado de um submarino alemão a algumas centenas de milhas náuticas a noroeste dos Açores. Tinha 27 anos. Dois meses antes, na última carta que escreveu à mãe — Boschwitz estava ainda num “campo de internamento” na Austrália, para onde o governo inglês enviara muitos refugiados judeus e outros que fugiram da Alemanha por razões políticas, bem como prisioneiros de guerra alemães e italianos — deu-lhe instruções sobre o que deveria fazer aos seus manuscritos (alguns já publicados), caso ele morresse; e entre eles menciona o seu romance O Passageiro, que em 1939 fora traduzido e publicado em Inglaterra, e um ano depois na América.

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