Hugo van der Ding: Maior extravagância? Comer gomas ao pequeno-almoço

O cartoonista e humorista diz que o que o mais irrita nos outros é “a modéstia, a frontalidade e a falta de pressa no multibanco”

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Hugo van der Ding

Qual a sua ideia de felicidade perfeita?

Estar apaixonado por alguém que diga «boa ideia!» a todas as ideias péssimas que tenho.

Qual é o seu maior medo?

Acordar um dia e achar que já fiz tudo o que gostava de ter feito na vida.

Na sua personalidade, que característica mais o irrita?

Interromper as outras pessoas quando estão a falar.

E qual é o traço de personalidade que mais o irrita nos outros?

A modéstia, a frontalidade e a falta de pressa no Multibanco.

Que pessoa viva mais admira?

O meu padrasto e o meu tio Luís.

Qual a sua maior extravagância?

Comer gomas ao pequeno-almoço.

Qual o seu estado de espírito neste momento?

Santo.

Qual a virtude que pensa estar sobrevalorizada?

As virtudes em geral. Não ter vícios nem excessos é um defeito que não tolero nos outros.

Em que ocasiões mente?

Não adoro mentir, mas exagero imenso para tornar uma história mais interessante.

O que menos gosta na sua aparência física?

Adoro tudo, da cabeça aos pés. Não gostar de alguma coisa na nossa aparência física é uma das maiores armadilhas do século XXI.

Entre as pessoas vivas, qual a que mais despreza?

As que têm muitas certezas, as que olham para o chão numa noite de céu cheio de estrelas e as que não choraram a ver o Titanic.

Qual a qualidade que mais admira num homem?

Ter os dentes todos.

E numa mulher?

Ter as unhas sempre impecáveis.

Diga uma palavra — ou frase — que usa com muita frequência.

«Awesome!» e «O que é que achas disso?»

O quê ou quem é o maior amor da sua vida?

A minha Mãe.

Onde e quando se sente mais feliz?

Quando adormeço sem tirar as lentes de contacto e acordo a achar que estou curado da hipermetropia.

Que talento não tem e gostaria de ter?

Saber desenhar e saber comer frango assado e pizza com as mãos.

Se pudesse mudar alguma coisa em si o que é que seria?

Rigorosamente nada, que seria.

O que considera ter sido a sua maior realização?

Ganhar a vida a fazer tudo aquilo que os adultos me diziam para não fazer.

Se houvesse vida depois da morte, quem ou quê gostaria de ser?

Deus.

Onde prefere morar?

Seja onde for mas sempre de frente para a água.

Qual o seu maior tesouro?

Admirar e ser admirado pelos meus amigos. E ter nascido na véspera de Natal e receber sempre dois presentes.

O que considera ser o cúmulo da miséria?

Ser rico e não gastar dinheiro.

Qual a sua ocupação favorita?

Andar de bicicleta sem usar os travões e ter sexo com várias pessoas ao mesmo tempo.

A sua característica mais marcante?

Ser sempre a pessoa mais inteligente na sala.

O que mais valoriza nos amigos?

Rirem das mesmas coisas que eu e não me chatearem quando não atendo o telefone.

Quem são os seus escritores favoritos?

O Platão. Há outros óptimos, é verdade. Mas continuar a ser um best-seller dois mil trezentos e sessenta e nove anos depois de morrer já é outro campeonato.

Quem é o seu herói de ficção?

Jesus Cristo.

Com que figura histórica mais se identifica?

O primeiro tipo ou a primeira tipa a desenhar uma piada na parede de uma gruta e que hoje achamos que era uma coisa seríssima e que tinha um significado religioso qualquer.

Quem sãos os seus heróis na vida real?

As pessoas que tiveram a coragem de abrir negócios durante a pandemia. Brinco. Os heróis do nosso tempo são os milhares de pessoas que não têm nada e que morrem a tentar chegar aos países onde temos tudo de sobra.

Quais os nomes próprios de que mais gosta?

Afonso, Bernardo, Guillaume, Nelly, Niels e Pedro. É o nome dos meus amigos que vivem longe, e os nomes que mais gosto de ver no telefone quando toca.

Qual o seu maior arrependimento?

Tropeçar duas vezes na mesma pedra.

Como gostaria de morrer?

Aos 103 anos, atropelado pelo elétrico 28 à porta da Basílica da Estrela.

Qual o seu lema de vida?

“A única coisa que se leva desta vida é o dinheiro”

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