25 anos de Parque Arqueológico do Côa: um projecto que soube escolher o caminho mais difícil

Se foi preciso coragem política para travar uma barragem em nome da preservação de gravuras rupestres cuja antiguidade ainda era questionada na época, os responsáveis do Parque Arqueológico do Vale do Côa honraram a decisão de António Guterres mantendo-se fiéis a um modelo de visitas que evitou as tentações do turismo massificado e deu sempre primazia à preservação e estudo deste património da humanidade.

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Nelson Garrido

Há 25 anos, no dia 10 de Agosto de 1996, o Governo de António Guterres criava o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). Para trás ficava a intensa e amarga polémica pública que dividira os que defendiam a preservação das gravuras rupestres no seu ambiente natural e os que queriam ver concluída uma barragem na qual já se tinha investido muito dinheiro e que, argumentava-se, traria empregos e água a uma região carecida de ambos. Para a frente, sabemo-lo agora, ficavam estes 25 anos que, com hesitações, tropeços e promessas incumpridas — mas também com momentos triunfais, como a classificação de Património Mundial da UNESCO, em 1998, ou a inauguração do Museu do Côa, em 2010 — consolidaram um projecto literalmente exemplar, visto como modelo a seguir nos muitos lugares do mundo onde se tem vindo a descobrir núcleos de arte rupestre paleolítica ao ar livre. 

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