Administradores de insolvência dizem que viabilização da Groundforce “faz todo o sentido”

Os dois administradores nomeados pelo tribunal afirmaram à Comissão de Trabalhadores que têm “uma posição neutral relativamente aos accionistas”, que estão em confronto, e que “a sua única missão é a de recuperar a empresa”.

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Trabalhadores da empresa numa manifestação em Março deste ano LUSA/ANDRÉ KOSTERS

Os dois administradores de insolvência nomeados para a SPdH/Groundforce afirmaram à Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa que esta é “estratégica para a economia nacional”, foi “vítima de um condicionalismo conjuntural” e que, por isso, “a sua viabilização e a preservação dos postos de trabalho faz todo o sentido”.

A visão dos administradores nomeados pelo tribunal após a empresa ter sido considerada insolvente está exposta num comunicado da CT, no qual se acrescenta que “a insolvência não é um fim de linha, mas sim uma hipótese de recuperação da empresa”, que emprega cerca de 2400 trabalhadores.

Os dois administradores, Bruno Pereira e Pedro Pidwell, sublinharam, de acordo com o documento da CT, que têm “uma posição neutral relativamente aos accionistas” que estão em confronto, a TAP (dona de 49,9% do capital) e a Pasogal de Alfredo Casimiro (50,1%), e que “a sua única missão é a de recuperar a empresa”.

Reclamar os crédito devidos

“É fundamental que os trabalhadores, enquanto credores, façam uma reclamação dos créditos até ao dia 3 de Setembro”, vincou a CT. Esta estrutura recordou ainda que a assembleia geral de credores que está marcada para dia 22 de Setembro servirá “para discutir se a empresa deve ser viabilizada ou liquidada” e só depois, caso a opção seja a da viabilização, será então “definido o plano de recuperação para apresentação futura, avaliação e respectiva votação por parte dos credores. Na lista de credores destacam-se a ANA – Aeroportos de Portugal (que detém a Portway, concorrente da Groundforce) e também a TAP (que foi quem pediu a insolvência).

No primeiro caso, a dívida da Groundforce era de 12,8 milhões de euros no final de Junho. Segundo a sentença do tribunal, os atrasos nos pagamentos devidos pela empresa de assistência em terra “são generalizados – quiçá à excepção dos trabalhadores por força da intervenção do Estado de molde a evitar nova greve já aprazada – sendo que os pagamentos parciais efectuados só têm ocorrido em virtude da suspensão do pagamento ao maior credor, ANA Aeroportos”.

Já no caso da TAP é mais difícil nesta altura apurar o valor concreto, até porque há uma disputa de valores entre as duas empresas, mas foi, conforme anunciou o Governo a 21 de Julho, a transportadora aérea controlada pelo Estado quem pagou directamente aos trabalhadores da Groundforce o subsídio de férias e as anuidades que estavam em atraso, pondo fim à greve. Em paralelo, ficou garantido que a TAP ia “abreviar o pagamento definido contratualmente para saldar a factura relativa a serviços prestados em Junho”, para que houvesse liquidez para pagar os salários de Julho.

A comissão de credores é formada pela ANA, que preside, Fidelidade e TAP. Surgem depois a TCR Ibérica e a Inform como suplentes.

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