PJ detém “burlona do amor” para cumprir 10 anos de prisão

Foi condenada, em Abril de 2016, a 12 anos de prisão pelo Tribunal de Setúbal. E desde então evitou a cadeia com vários recursos, tendo apenas conseguido no Supremo Tribunal de Justiça uma redução de dois anos da sua pena. Ainda tentou a sorte no Constitucional, mas acabou por ser alvo de um mandado de detenção europeu.

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fau fabio augusto

A mulher que ficou conhecida como a “burlona do amor”, por ter sido condenada a 10 anos de prisão pela prática de inúmeros crimes de burla qualificada, que visaram sobretudo homens, e que atingiram um montante superior a um milhão de euros, foi detida pela Policia Judiciária (PJ), através da directoria do Sul. Sobre si já pendia um mandado de detenção europeu, emitido pelas autoridades portuguesas.

Actualmente com 52 anos, a mulher que vivia no Algarve ia fintando as autoridades com viagens entre Portugal e Espanha. Quando foi detida estava em Vilamoura, na companhia de um homem, e tentou por várias formas resistir à prisão. Ao que o PÚBLICO apurou, chegou a esconder-se num apartamento quando se apercebeu da presença da PJ e enquanto lhe estava a ser dada ordem de prisão não facilitou a vida aos inspectores, tendo gritado e chorado a plenos pulmões. Foi entregue aos Serviços Prisionais e transportada para o Estabelecimento Prisional de Tires.

Desde 2016 que esta mulher andava a conseguir evitar a prisão, sobretudo com recursos para os tribunais, depois de ter sido condenada, em Abril desse mesmo ano pelo Tribunal de Setúbal a 12 anos de cadeia.

Recorreu para o Tribunal da Relação de Évora que, para mal dos seus pecados, confirmou a pena anterior. Fez nova tentativa junto do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), conseguindo apenas que lhe fossem retirados dois anos.

Com 10 anos de prisão para cumprir também tentou, em vão, empatar a Justiça recorrendo até ao Tribunal Constitucional.

Foi descrita em tribunal como uma mulher bem-falante, bonita, sedutora e confiante que, ao longo de 11 anos, entre 2000 e 2011, conseguiu enganar várias pessoas, sobretudo homens, empresários, bancários e até um agente da Policia Marítima, envolvendo-se sentimentalmente com alguns.

O esquema era ardiloso. Às vezes apresentava-se como uma mulher de negócios e pedia emprestadas quantias avultadas, alegando investimentos na construção. Dizia sempre que pagaria porque estava à espera de receber uma quantia milionária da África do Sul. Falava em heranças e em patentes de invenções do pai. Com o dinheiro na sua posse desaparecia.

E noutras vezes fingia ser a proprietária de terrenos bem localizados, atraindo as vítimas com preços abaixo do mercado. Recebia os pagamentos adiantados e nunca mais ninguém a via.

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