Próximas eleições autárquicas terão mais partidos e mais mulheres nos boletins

Os partidos assinalaram o crescimento de mulheres nas listas e as coligações como demonstrações de diálogo com outros partidos.

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PS é o partido que apresenta mais candidatos, concorrendo a todos os municípios LUSA/ESTELA SILVA

Na corrida às eleições autárquicas de 26 de Setembro há pelo menos duas estreias nos boletins de voto (a Iniciativa Liberal e o Chega) e mais mulheres candidatas. Da esquerda à direita parlamentar, os partidos esforçaram-se para apresentar mais candidaturas do que em 2017 e são também muitas as coligações. O PS é o partido com mais candidatos, “mais de 50 mil”, e concorre aos 308 municípios.

Os socialistas irão apresentar-se a votos em 2759 freguesias, contando seis coligações, nove candidaturas independentes e 45 independentes a encabeçar as suas listas. O PS dá ainda conta do “crescimento do número de mulheres” nas listas, com 44 candidatas a serem cabeças de lista.

Já o PSD opta por destacar as coligações com que concorre: 146, mais 68 coligações do que em 2017, o que, diz o partido, “evidencia a capacidade do PSD em alargar a sua base de acordos com outros partidos políticos”. No total, os sociais-democratas candidatam 65.411 pessoas, 42,2% são candidatos independentes. Os sociais-democratas fazem também contas à paridade das listas: 44,56% mulheres e 55,44% homens. Destes, a maior parte dos candidatos (46,55%) tem entre 31 e 50 anos, 32,04% têm mais de 50 anos e 21,41% menos de 30. No total, o PSD espera gastar cerca de 9,2 milhões de euros, um valor 28% abaixo do montante de despesa das autárquicas de 2017, que se cifrou em 12,8 milhões de euros.

Do lado do BE existirão 115 candidaturas a câmaras municipais e 127 às Assembleias Municipais (74 serão encabeçadas por mulheres). Nas listas bloquistas haverá mais mulheres (50,1%) do que homens e a média de idade dos candidatos rondará os 41 anos. No total, existem 21 candidatos independentes. Além das candidaturas bloquistas, o partido apoia movimentos e coligações em Coimbra (Cidadãos Por Coimbra), no Funchal (Coligação Confiança), em Oeiras (Evoluir Oeiras) e em Peroselo/Penafiel (Movimento Independente por Peroselo).

Quanto ao PCP e ao PEV, que voltarão a candidatar-se unidos na CDU (Coligação Democrática Unitária), somam 305 candidaturas a municípios (em todos os concelhos do Continente e da Região Autónoma da Madeira e em 16 dos 19 concelhos da Região Autónoma dos Açores) e 1630 candidaturas a juntas de freguesia, dando conta da presença de “largos milhares de independentes”.

O PAN vai candidatar-se nas eleições autárquicas a 43 câmaras municipais e 69 juntas de freguesia, com coligações nos municípios de Aveiro, Cascais e Madeira. O partido concorrerá coligado a outros partidos em três municípios: Aveiro, Cascais e Madeira. Em 2017, o partido concorreu a 32 dos 308 municípios do país e a 26 das 3092 freguesias.

Também o CDS concorre com mais candidaturas do que em 2017, ano em que a então líder Assunção Cristas foi candidata à Câmara Municipal de Lisboa. Desta vez, em Lisboa, o CDS irá apoiar a candidatura do social-democrata Carlos Moedas. Francisco Rodrigues dos Santos, que não se candidata, assinala a “notável” mobilização do partido e acredita que os resultados das eleições irão provar que o CDS “está vivo e que, mesmo em circunstâncias difíceis e únicas na sua história, vai crescer nas próximas eleições”, entre os 251 concelhos aos quais se candidata.

O Chega, que se estreia este ano numa corrida autárquica, irá concorrer em 220 municípios, apresentando um orçamento global de cerca de 1,2 milhões de euros, justificando que se deve “ao número muito significativo de candidaturas”.

A Iniciativa Liberal também se estreará nos boletins autárquicos: o partido liderado por João Cotrim de Figueiredo apresenta-se em 53 concelhos com 46 candidaturas próprias, seis em coligação (São João da Madeira, Beja, Arouca, Covilhã, Faro e Mealhada) e um apoio a um movimento independente. Os liberais fazem até contas ao número de eleitores e potenciais votos e destacam que “mais de 5 milhões e 700 mil portugueses” podem “finalmente ter uma opção liberal no boletim de voto em eleições locais”.

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