Ainda há fogos fora de controlo na Turquia

Governo criticado por não ter plano para combate a incêndios. Mais de 6500 pessoas, 1800 veículos, 16 aviões e 56 helicópteros combatem as chamas que mataram pelo menos oito pessoas.

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UMIT BEKTAS/Reuters

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou esta sexta-feira que os bombeiros turcos já conseguiram controlar 196 incêndios florestais que deflagraram em 44 províncias do Sul e Sudoeste do país nos últimos nove dias e causaram a morte de pelo menos oito pessoas. No entanto, há ainda oito incêndios fora de controlo em Adana, Antalya, Aydin, Denizli, Isparta e Mugla. 

O Governo espera que a protecção civil consiga dominar os incêndios que faltam durante o fim-de-semana. Os bombeiros turcos estão a ser ajudados pelo sistema europeu de colaboração, tendo a Ucrânia e a Espanha enviado aeronaves. Ao todo, os bombeiros contam com a ajuda 16 aviões e 56 helicópteros.

Aviões espanhóis combatem as chamas perto da vila de Yuvarlakcay, no distrito de Koycegiz, em Mugla, na Turquia EPA/ERDEM SAHIN
Incêndios na Turquia Reuters/UMIT BEKTAS
Incêndios na vila de Bodrum, na Turquia Reuters/UMIT BEKTAS
Chamas e fogo perto da vila de Marmaris, na Turquia Reuters/UMIT BEKTAS
Incêndios na Turquia EPA/ALI BALLI
Um bombeiro voluntário segura uma mangueira durante um incêndio florestal nos subúrbios de Varympompi, no norte de Atenas, Grécia Reuters/GIORGOS MOUTAFIS
Incêndio florestal nos subúrbios de Varympompi, no norte de Atenas, Grécia Reuters/COSTAS BALTAS
Aviões combatem o incêndio florestal nos subúrbios de Varympompi, no norte de Atenas, Grécia Reuters/GIORGOS MOUTAFIS
Uma casa queimada após um incêndio florestal na área de Varybobi, subúrbios de Atenas, Grécia EPA/ORESTIS PANAGIOTOU
Incêndio florestal nos subúrbios de Varympompi, no norte de Atenas, Grécia Reuters/GIORGOS MOUTAFIS
Incêndio florestal nos subúrbios de Rovies, na Ilha Eubeia, na Grécia Reuters/COSTAS BALTAS
Incêndio na região de Olímpia, na Grécia EPA/ORESTIS PANAGIOTOU
Incêndio florestal na região de Limni na Ilha Eubeia, na Grécia EPA/PANAGIOTIS KOUROS
Fumo na cidade de Kryoneri, na Grécia EPA/KOSTAS TSIRONIS
Bombeiro combate incêndio na zona de Afidnes, Grécia EPA/YANNIS KOLESIDIS
Incêndio em Atenas, na Grécia Reuters/COSTAS BALTAS
Bombeiro combate incêndio na zona de Afidnes, Grécia EPA/YANNIS KOLESIDIS
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Aviões espanhóis combatem as chamas perto da vila de Yuvarlakcay, no distrito de Koycegiz, em Mugla, na Turquia EPA/ERDEM SAHIN

Mais de 6500 pessoas e mais de 1800 veículos têm estado envolvidos nas operações de combate aos incêndios florestais e as autoridades aguardavam esta sexta-feira a possível chegada de um contingente dos Estados Unidos, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mehmet Cavusoglu.

O Governo está a ser alvo de fortes críticas, acusado de se ter preparado mal para a época de incêndios, principalmente depois de números oficiais demonstrarem que gastou apenas uma fracçãos dos já modestos fundos destinados no Orçamento do Estado para prevenir os incêndios florestais. A Direcção Geral de Florestas (OGM) turca gastou menos de 2% dos 200 milhões de liras (24 milhões de euros) que tinha para combater os fogos.

A Turquia enfrenta uma onda de incêndios sem precedentes, com nove vezes mais área ardida entre 1 de Janeiro e 6 de Agosto que a média anual para o mesmo período entre 2008 e 2020. De acordo com os dados do EFFIS, o Sistema de Informação Europeu sobre Fogos Florestais, já se queimaram até 6 de Agosto deste ano 166.284 hectares, quando a média habitual é anualmente de 17.841 hectares.

E a culpa, diz a oposição, é da resposta lenta e desadequada das autoridades, principalmente da falta de meios aéreos para combate a incêndios, o que obrigou o Governo a ter de de recorrer ao exterior.

“O orçamento da OGM estava planeado como se não fosse haver incêndios”, afirmou o vice-presidente do Partido Popular Republicano, Murat Emir, que na terça-feira enviou questões ao ministro da Agricultura e Florestas, Bekir Pakdemirli. “Estes números mostram que não houve intervenção efectiva contra o fogo”, que acabou por apanhar o ministro “desprevenido”, disse Emir.

Segundo os números do EFFIS, desde 2008 que a Europa não ardia tanto em média como este ano.

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