Sporting inicia defesa do título com goleada

Bis de Pedro Gonçalves, máximo goleador do último campeonato, desmantelou futebol positivo do Vizela, que nada pôde fazer na segunda parte.

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EPA/ANTONIO COTRIM

O Sporting iniciou, esta sexta-feira, com uma goleada (3-0) na recepção ao Vizela, já perante os adeptos “leoninos”, a defesa do título de campeão nacional, impondo-se na segunda parte com um bis de Pedro Gonçalves (48 e 64’) e o golpe final de Paulinho (74’) a um adversário que, apesar do resultado, deixou boas indicações neste regresso à I Liga.

Apesar dos fortes condicionalismos defensivos — com uma dupla de centrais improvisada e o lateral-direito vindo directamente dos Jogos Olímpicos, onde representou a selecção da Costa do Marfim — o Vizela justificou os elogios recolhidos ao longo da época anterior e mostrou que está na I Liga, 36 anos depois da única participação entre os “grandes”, para conquistar um lugar entre as equipas com genes do futebol positivo.

O Sporting, com Rúben Vinagre a estrear-se e a assumir-se como única alteração (forçada pela lesão de Nuno Mendes) relativamente ao jogo da Supertaça Cândido de Oliveira, precisou de alguns instantes para perceber a dinâmica dos minhotos, que só não se adiantaram aos 8 minutos porque Cassiano estava em posição irregular quando bateu Antonio Adán com grande classe.

O Vizela acabaria por não conseguir capitalizar os bons movimentos ofensivos, vendo-se progressivamente encostado à área de Charles, guarda-redes que teve intervenção valiosa num cabeceamento de Paulinho. Nessa altura, já o Sporting se assenhoreava do jogo, levando Kiki Afonso a desviar remate de Jovane e, pouco depois, Koffi a cortar com o braço, na área vizelense, um ataque de Paulinho.

Árbitro e VAR estiveram de acordo, apesar de o lance ser discutível, mas Jovane Cabral disparou para as bancadas, falhando um penálti que prometia colocar os campeões nacionais em vantagem a 15 minutos do intervalo.

Com Esgaio na direita e Vinagre muito vertical, num duelo aceso com Koffi, o Sporting respirava confiança na linha mais recuada, dando a Matheus Nunes e Palhinha tempo e oportunidade para explorar os desequilíbrios de um adversário que formava um cordão a meio-campo com quatro unidades de pendor mais ofensivo, risco que Alex Méndez ia tentando compensar.

E se na primeira metade o Vizela conseguiu manter a baliza segura, tudo se alterou numa tentativa de variação do centro do jogo em que Koffi permitiu a intercepção a meio-campo. Paulinho progrediu, esperou por Pedro Gonçalves e serviu o goleador da época passada. Até então discreto, Pedro Gonçalves mostrou a profunda beleza do futebol despido de adornos, arte pura. O jovem “leão” indicava o caminho para o pote de ouro no fim do arco-íris e inclinava irremediavelmente o relvado de Alvalade.

Ao Vizela começavam a faltar argumentos, até porque Cassiano continuava mais ou menos entregue a si próprio na frente de ataque, apesar dos desdobramentos de Raphael Guzzo, a desafiar as leis da física que atraíam a equipa em bloco para a área de Charles. Dilema que não durou muito, já que Pedro Gonçalves não perdoou na segunda vez em que a bola o descobriu na área do Vizela. A agilidade mental e destreza de gestos forjaram mais uma pequena jóia, demasiado valiosa para as posses de um Vizela que assim era obrigado a reconhecer o estatuto e a força do adversário, capitulando pouco depois, face ao golpe final de Paulinho.

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